O prefeito Beto Richa abriu nesta terça-feira os trabalhos da Câmara Municipal de Curitiba e confirmou a intenção da sua administração de atuar em parceria com os vereadores. "Curitiba está esperando de nós o melhor dos esforços para que ela seja uma boa cidade para todos", disse. "A minha proposta é que os poderes executivo e legislativo sejam aquilo que os curitibanos esperam deles."
Richa aproveitou o encontro com os vereadores para fazer um balanço da situação financeira da Prefeitura, apontando o resultado negativo de R$ 52,5 milhões como deixado pela administração anterior. Mas, afirmou, o saldo de caixa não será "desculpa para não cumprirmos os compromissos assumidos".
"Nestas primeiras semanas as propostas de governo começaram a ser transformadas em realidade", afirmou. Beto Richa lembrou que enquanto outras cidades anunciaram aumento da tarifa do transporte coletivo, Curitiba congelou o valor por três meses e ainda criou a tarifa domingueira – de R$ 1,00 – que representa redução de 49% no preço da passagem. Uma comissão foi criada para analisar todos os itens da planilha de custos do transporte coletivo, formada por representantes da Prefeitura, iniciativa privada e entidades de classe.
Outra ação é a mobilização nacional, que partiu de Curitiba, para pressionar o governo federal para a redução dos impostos que incidem sobre componentes da planilha. A iniciativa conta com o apoio dos prefeitos de São Paulo, José Serra, e de Belo Horizonte, Fernando Pimentel.
Os bairros receberam uma atenção especial no primeiro mês da nova administração municipal. Um plano emergencial em andamento está recuperando a malha viária que estava sem manutenção há vários meses. Em 30 dias já foram restaurados 320 quilômetros de ruas.
Outro compromisso de campanha era o fim dos radares escondidos. Um novo tipo de sinalização já está sendo implantado na cidade. "A fiscalização eletrônica de velocidade passa a ser sinalizada de forma diferente, conforme o resultado de estudos para garantir a segurança no trânsito", disse Richa.
O prefeito citou, ainda, outras medidas adotadas nesta gestão, como a criação da Administração Regional da CIC, uma reivindicação antiga e que vai atender os cerca de 160 mil moradores da Cidade Industrial; a contratação de 367 profissionais para a área da Educação; a gratificação para os médicos e futura ampliação do quadro; o uso do pregão eletrônico para a compra de produtos utilizados nos programas municipais do Abastecimento; entre outras. São iniciativas que constam do programa de 180 dias do governo municipal.
Na área da segurança, uma das maiores preocupações dos curitibanos, Beto Richa informou que a Guarda Municipal terá aumento do seu efetivo, a Prefeitura irá construir novos Núcleos de Proteção ao Cidadão e uma unidade do Corpo de Bombeiros no bairro do Pilarzinho, além da instalação de novas câmeras de monitoramento nos locais estratégicos da cidade.
A integração da Guarda Municipal com a Polícia Militar foi citada por Richa como uma ação em andamento. Integração também foi a palavra usada para definir as propostas para a Região Metropolitana. "O programa Cinturão da Boa Vizinhança, proposto pela Prefeitura de Curitiba foi apresentado para os prefeitos e secretários municipais da Região Metropolitana. Ele prevê a ação conjunta das prefeituras nas áreas da educação, transporte, meio ambiente e segurança pública", disse o prefeito de Curitiba, recentemente eleito para a presidência da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba.
Ao concluir o balanço dos 45 dias de sua gestão, Beto Richa falou que a transparência e a participação dos curitibanos nas decisões da Prefeitura serão marcas de sua administração. "Uma administração onde a prestação de contas vai virar rotina. A cidade tem o direito de saber onde está sendo gasto o dinheiro do contribuinte. E tem também o direito de opinar sobre onde estes recursos devem ser investidos".