Ribeirão Preto tem primeira morte por dengue hemorrágica

O Instituto Adolfo Lutz confirmou, através da análise de um exame realizado na tarde de quarta-feira (5), que a epidemia de dengue já fez a primeira vítima em Ribeirão Preto, a 310 quilômetros de São Paulo. É um homem de 54 anos, branco, morador do bairro Quintino Facci I, que morreu em 22 de fevereiro, no Hospital das Clínicas, vítima de dengue hemorrágica.

Assim que recebeu a notícia, o prefeito de Ribeirão Preto, Welson Gasparini (PSDB), convocou uma reunião com representantes de associações de bairros e outras entidades comunitárias, além de autoridades municipais para declarar "guerra" à dengue. Ribeirão já teve, neste ano, 1.334 casos da doença. Sete foram hemorrágicos, mas seis doentes se recuperaram

"Essa guerra não é só da prefeitura, é de todos nós: ou Ribeirão Preto entra nessa guerra ou vamos pagar um preço muito caro por isso", disse Gasparini. Ele informou que já foram gastos R$ 4,08 milhões no combate à doença.

Preocupado com o aumento da incidência da dengue, o promotor dos Direitos do Consumidor, Carlos Cezar Barbosa, disse que a partir de amanhã (07) o Ministério Público Estadual poderá mover ação de ingresso forçado nas casas, em co-autoria com a prefeitura, pedindo liminares à Justiça para autorizarem a entrada dos agentes. "Isso é uma questão de saúde pública", disse Barbosa. Segundo o prefeito, 6% das residências visitadas tinham focos da doença, além de que existem bairros com até 30% das casas com infestações do mosquito Aedes aegypti. Gasparini pedirá, ainda, as participações das crianças da rede escolar para monitorar os pais e evitar os focos do mosquito, além de solicitar aos representantes das igrejas e de outros segmentos religiosos a colaboração na divulgação de esclarecimentos à população. "A nossa maior preocupação era com óbito e isso ocorreu", disse o secretário municipal da Saúde, José Sebastião dos Santos.

Para intensificar as visitas às residências, e até conscientizar a população da necessidade de eliminar os focos do mosquito, o município está mudando, aos poucos, os uniformes dos agentes, com novas camisas, jalecos e chapéus. Será uma forma para se evitar as resistências dos moradores. "Temos sete casos de dengue hemorrágica, mas poderíamos ter 700", comentou o chefe da Divisão de Planejamento da Secretaria Municipal da Saúde, Clésio Soares Souza.

Segundo ele, um Plano de Contingência, para atender até 4 mil casos da doença foi preparado no final do ano passado. "Era uma previsão para uma catástrofe", explicou Souza. E a situação ainda poderá piorar, pois existem 2.011 casos suspeitos em Ribeirão Preto, além de outros dois suspeitos de dengue hemorrágica.

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