O eleitorado peruano escolheu no segundo turno realizado neste domingo o ex-presidente Alan García para governar a república incaica a partir de 29 de julho, quando será empossado no lugar de Alejandro Toledo. Ele derrotou por escassa margem, mas suficiente para não deixar dúvida, o ex-oficial do Exército Ollanta Umala, que se notabilizou por uma pregação essencialmente nacionalista.

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Quando a vitória foi confirmada, o presidente eleito dirigiu-se aos compatriotas afirmando que o maior derrotado não tem carteira de identidade emitida pelo governo local. A referência direta e, acima de tudo, sintomática de como deverão fluir as relações iniciais entre ambos os governos, teve como alvo a pessoa do presidente venezuelano Hugo Chávez, a quem García acusou reiteradas vezes de intromissão em assuntos internos do Peru, inclusive com a remessa de dinheiro para financiar a campanha do opositor.

O auto-nomeado impulsionador da revolução bolivariana, em acelerado processo de desgaste perante vários presidentes sul-americanos pelo tom agressivo e improdutivo das diatribes contra o presidente Bush, ao que parece sofreu sério abalo na busca de prestígio internacional, ao não somar novo pupilo à lista que já conta com o aymará Evo Morales.

García presidiu o Peru entre 1987 e 1990 e deixou o país mergulhado numa crise social sem precedentes, inclusive, abrindo o caminho para o triunfo de Alberto Fujimori. Os peruanos rezam para que Marx, pelo menos desta vez, não tenha razão.

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