Reunião para discutir reforma política termina sem consenso

Não houve consenso entre os presidentes e líderes dos partidos políticos em torno de pontos da reforma política. Durante almoço na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que contou também com a participação do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), o único ponto em comum foi a mudança do regime interno do Senado e da Câmara para estabelecer que todos os cargos da Mesa e das comissões técnicas sejam indicados com base no resultado das eleições.

Recentemente, o Congresso viveu mais um troca-troca partidário motivado pela distribuição desses cargos. Essa medida no entanto, não vai impedir as migrações partidárias durante os mandatos para os parlamentares que não pleiteiam estes cargos. Com o objetivo de elaborar uma agenda mínima de consenso entre os políticos, os presidentes de partidos farão uma nova reunião na próxima semana com Calheiros e Cavalcanti. "Precisamos votar a reforma no primeiro semestre e para isso é importante apressar o passo. Não dá mais para manter esta promiscuidade", afirmou Calheiros ressaltando dois pontos que ele considera fundamentais: a fidelidade partidária e o financiamento público para as campanhas eleitorais.

A fidelidade partidária por meio de lei, em que o parlamentar não pode trocar de partido enquanto durar o seu mandato, foi defendida por Severino Cavalcanti mas a relator da reforma política na comissão especial, deputado Ronaldo caiado (PFL-GO), é contra criar este impedimento e considerou que o troca-troca poderá ser resolvido com a mudança do regime interno da Câmara e do Senado. O presidente do PMDB, Michel Temer (SP), quer que seja encontrada uma solução mais radical em relação à fidelidade partidária que não seja apenas mudar o regimento interno.

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