Reunião G-8 é limite para propostas a Doha, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou hoje, no Palácio do Planalto, que a reunião ampliada do G-8 (países mais ricos do mundo, incluindo a Rússia) será a última chance para que os líderes mundiais discutam e se comprometam a apresentar propostas mais ambiciosas para a Rodada Doha, um processo para a liberalização comercial dos países-membros da Organização Mundial do Comércio (OMC). Lula disse que manifestou essa opinião ao presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, ocorrida minutos antes.

A reunião do G-8 se dará em julho, em São Petesburgo, apenas duas semanas antes do prazo final para que todos os países envolvidos na negociação apresentem suas propostas finais sobre a liberalização do comércio agrícola, industrial e de serviços e também sobre a eliminação dos subsídios agrícolas. "Sabemos que o sucesso das negociações comerciais é crucial para o fortalecimento da governança global e para o desenvolvimento dos países mais pobres. O que está e jogo, em última análise, é o futuro do multilateralismo. Por isso tenho insistido que os líderes políticos assumam plenamente suas responsabilidades nesse processo", afirmou Lula.

"Disse ao meu amigo Durão Barroso que a reunião do G-8 é possivelmente a última chance de acordarmos as linhas gerais de um pacote ambicioso e equilibrado. O envolvimento dos líderes tem que dar impulso às negociações", afirmou.

O presidente da Comissão Européia declarou que concorda com a tese brasileira de que os países mais desenvolvidos do mundo devam fazer maior esforço para a conclusão da Rodada Doha. Esse conceito vem sendo defendido com insistência pelo governo brasileiro e seus aliados do Grupo dos 20 (G 20). Entretanto, ao fazer sua declaração no Palácio do Planalto, onde se reuniu com o presidente Lula, Durão Barroso não deu nenhuma resposta à proposta feita minutos antes pelo presidente brasileiro.

Durão Barroso limitou-se a afirmar que o êxito da Rodada Doha é essencial não só por razões econômicas, mas também políticas e de justiça social. Do ponto de vista econômico, explicou, a relevância se dá pela sua capacidade de promover o desenvolvimento e de gerar confiança nos mercados e nos investidores.

Do ponto de vista político, pelo reforço do multilateralismo. Em relação à justiça social, pela solidariedade para com os países onde "pessoas morrem por não ter o que comer ou por não ter água potável".

"A União Européia, como maior doador de alimentos do mundo, quer salvaguardar a dimensão de justiça social. Estou de acordo que os países mais ricos devam fazer um esforço maior. Mas todos têm de fazer algo. Seja em agricultura, com certeza, mas também nas áreas industrial e de serviços. Se houver esse esforço teremos boas notícias", disse.

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