Retomada do controle da Sanepar tranqüiliza prefeitos do Estado

A suspensão do pacto de acionistas da Sanepar foi bem recebida pela Associação dos Municípios do Paraná (AMP), que congrega todas as 399 cidades paranaenses. Segundo Joarez Henrichs, presidente da entidade, “água não se vende, não se negocia”. Henrichs lembrou que desde que a empresa vendeu ações para investidores privados, os municípios não receberam investimentos.

Henrichs, que também é prefeito de Barracão, enfatizou que nem nas áreas urbanas e tão pouco em áreas rurais houve preocupação com saneamento. “Nos últimos anos não foi colocado sequer um metro de cano nas áreas rurais. Os investimentos foram insignificantes”, criticou. No entanto, após o rompimento do pacto de acionistas em 2003, o prefeito disse que os investimentos retornaram.

“A partir de então, já houve melhora no atendimento aos municípios. A nova postura do Governo fez com que a população voltasse a ter voto e voz na Sanepar”, disse. Quando o Superior Tribunal de Justiça restabeleceu o pacto de acionistas, em agosto passado, a AMP chegou a publicar um manifesto pedindo aos municípios paranaenses que não renovassem os contratos de concessão com a empresa caso o controle da Sanepar ficasse com os sócios privados.

O prefeito de Cascavel, Edgar Bueno, confirmou que não houve investimentos em saneamento nos últimos anos. “Não se pode admitir que a Sanepar fique na mão de grupos privados, sobretudo estrangeiros”, disse. Segundo Bueno, os contratos de concessão para prestação de serviços de saneamento básico deve ser comandado pelo Estado ou então serem municipalizados.

Em Londrina, a decisão foi a mesma. O prefeito Nedson Micheleti assinou um decreto permitindo a exploração dos serviços pela Sanepar até setembro deste ano. Segundo o prefeito, o contrato só será renovado se o controle da empresa ficar nas mãos do Governo.

Os serviços prestados pela Sanepar em Londrina e Cascavel representam 10% do faturamento da Sanepar. A receita de Londrina em 2003 foi de R$ 79,66 milhões e de R$ 34,92 milhões até maio deste ano. A de Cascavel no ano passado foi de R$ 27,70 milhões e a parcial até maio deste ano foi de R$ 13,21 milhões.

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