O ex-ministro Tarso Genro, presidente interino do PT, parece estar gestando uma retirada honrosa do partido. Baldou-se o esforço realizado pelo cancelamento da intenção do deputado José Dirceu figurar na chapa do Campo Majoritário, na eleição para a escolha do novo diretório nacional.

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A proposta, tida há alguns dias como indispensável para a permanência do próprio presidente interino à frente da executiva e como candidato à presidência do partido, sofreu os efeitos da usinagem operada pela fórmula maniqueísta de resolver as complicações internas.

Conversa vai conversa vem emergiu a magia do consenso, aquele jeito solerte de tocar a carroça confiando que os solavancos se encarregam de acomodar a carga de melancias.

Petista de primeira hora, intelectual egresso do ambiente acadêmico, Tarso não consegue apagar a impressão do extremo desconforto que experimenta num partido desfigurado e enxovalhado pela malícia dos comissários e seus coroinhas amestrados.

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Não haverá surpresa se Tarso Genro entregar os pontos e tirar a camisa manchada do petismo, não por sua culpa. Hoje, a suma do pensamento do ex-ministro se traduz na admissão de não ter convicções para recomendar o voto no PT, e reiterar que Lula não deve ser candidato à reeleição. Poucos políticos brasileiros jamais falaram com tal carga de sensatez.