Rio de Janeiro – A variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2006 concretiza um ambiente de estabilidade de preços no país. A avaliação é da coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes. O índice, que mede a inflação oficial do governo, fechou o ano em 3,14%, o menor resultado desde 1998 (1,65%). ?A taxa foi bastante favorável e marca essa estabilidade depois de o país ter vivido uma situação bastante vulnerável, em 2002, quando houve uma alta expressiva provocada pelo choque cambial, e o IPCA chegou a 12,53%?, disse.
Eulina destacou que na análise dos últimos cinco anos, desde 2002, as taxas mantiveram uma trajetória decrescente, até atingir o menor resultado no ano passado.
Para 2007, ela faz previsões otimistas e acredita que a situação deve permanecer favorável. ?Trata-se de um ambiente de sustentação, com preços estáveis apesar de alguns focos de pressão. O histórico mostra que os fundamentos da economia, no que tange aos preços, estão dados e concretizados. Não se vislumbram mudanças para 2007, ainda que haja outros focos de pressão que venham a se refletir ao longo dos meses?, avaliou.
Na comparação com novembro, o IPCA apresentou ligeira alta, passando de 0,31% para 0,48%. A técnica do IBGE destacou, no entanto, que a taxa foi pressionada pelos preços na região metropolitana de São Paulo, cujo índice passou de 0,26% para 0,92%. Das 11 regiões analisadas, oito apresentaram queda.
?Foi São Paulo que fez a taxa subir, mas a região apresentou taxas entre as mais baixas até novembro. O movimento foi influenciado pelos vários ajustes que até então não haviam sido feitos, como nas tarifas de ônibus e táxis?, explicou.
Além da capital paulista, apenas as cidades do Rio de Janeiro (de 0,20% para 0,31%) e Porto Alegre (de 0,13% para 0,23%) apresentaram alta na passagem de um mês para o outro.
