La Paz – O resultado das eleições de domingo para a Assembléia Constituinte não deve influenciar as negociações entre a Bolívia e o Brasil para o estabelecimento de um novo preço para o gás natural boliviano, segundo analistas e diplomatas consultados pela Agência Estado em La Paz. Alguns deles defendiam a tese de que um triunfo não muito contundente do partido governista Movimento ao Socialismo (MAS) enfraqueceria a posição do governo de Evo Morales nas negociações com o Brasil. Mas ela cai por terra por duas razões. Primeiro, a votação de domingo foi amplamente favorável a Evo. Segundo, o acordo firmado na semana passada entre Evo e o presidente argentino, Néstor Kirchner – sobre o preço do gás -, terá muito mais peso nas negociações entre Bolívia e Brasil do que qualquer resultado eleitoral.
No domingo, depois de votar na região do Chapare, no centro do país, Evo deu a entender que pretende voltar a aproximar-se com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva – com quem suas relações ficaram abaladas após a decisão de nacionalizar as operações de gás e petróleo, em 1.º de Maio. Amanhã (04), ele viaja para Caracas, onde participará como convidado da reunião do Mercosul que formalizará o ingresso da Venezuela no bloco. Evo fez questão de ressaltar que procurará Lula durante o evento para convidá-lo para a instalação da Assembléia Constituinte, em 6 de agosto, em Sucre.
A Bolívia quer chegar a um preço de US$ 7,50 por milhão de BTUs para o gás que envia ao Brasil, informou na semana passada o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada. Esse valor indica uma alta de 87,50% em relação ao novo preço do gás, que entrou em vigor no sábado (01/07).