Curitiba (AE) – A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) está apelando para que os associados não recebam os tíquetes-refeição durante todo o dia amanhã (20). Eles protestam contra as taxas cobradas pelas principais operadoras (Ticket Restaurante, Sodexho e Vale Refeição). A Abrasel deve entrar com ação no Ministério Público e com uma representação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A expectativa da associação é que pelo menos 5 mil restaurantes respondam positivamente ao apelo. No início de agosto, o protesto foi realizado somente em Curitiba e teve a adesão de 300 associados.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da Abrasel em Curitiba, José Henrique Carlan, um acordo assinado ainda em 2002 previa que a taxa cobrada pelas operadoras não ultrapassaria 3,5% no primeiro ano de instituição de vales eletrônicos, baixando posteriormente para no máximo 2,5%.
No entanto, ele reclama que hoje a taxa chega a até 10%, em razão de as negociações serem realizadas diretamente com cada restaurante. "Temos sócios que não trabalham e levam de 8% a 10% do valor", reclamou Carlan.
Proprietário de um restaurante que serve cerca de 350 refeições por dia, Rogério Thomé disse que aproximadamente 40% são pagas com tíquetes. Mas ele só recebe 20 dias após a prestação de contas e já com o desconto. Além disso, precisa pagar R$ 80,00 pelo aluguel mensal da máquina do tíquete eletrônico. Segundo ele, caso haja redução da taxa para cerca de 3,5%, o que é considerado aceitável pela Abrasel, o preço da refeição poderia ser reduzido em 5%.