Restauração da ética

Com a aproximação do final do recesso parlamentar, os membros do Congresso deverão regressar a Brasília para as atividades do segundo semestre. Já se passaram seis meses e os parlamentares precisam se desdobrar para chegar ao final do primeiro ano da atual legislatura com um saldo favorável a ser mostrado à sociedade.

A rigor, essa deveria ser tarefa corriqueira dos legisladores, tendo em vista que os eleitores têm direito à prestação de contas da parte dos escolhidos pelo voto direto para representá-los no parlamento.

O respeito devido aos eleitores deriva do fato de que lhes cabe, distinguidos com a condição de pagadores de impostos e tributos, o encargo de transferir aos cofres públicos parte da renda, a fim de garantir o pagamento de polpudos vencimentos aos deputados e senadores.

No caso específico do Senado, a volta dar-se-á sob o desgaste ético e moral advindo do estoque interminável de chicanas utilizadas pelo senador Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente da Casa, na tentativa de livrar-se da acusação de ter usado dinheiro doado por uma empreiteira de obras públicas – a Mendes Júnior – a fim de conceder pensão alimentar à filha de três anos que tem com a jornalista brasiliense Mônica Veloso.

Renan refugou todos os apelos, fazendo ouvidos moucos mesmo aos senadores mais respeitados, que aconselhavam um pedido de licença do cargo para melhor encaminhar a defesa. Além disso, Renan forçou a utilização de vários estratagemas destinados a empurrar o lixo para debaixo do tapete.

A Polícia Federal entregará à mesa diretora o laudo conclusivo da perícia dos documentos fornecidos por Renan, para provar a venda de gado de suas fazendas a frigoríficos e açougues alagoanos. Já no exame inicial se constatou que várias notas continham erros e rasuras, além da enérgica negativa apresentada à imprensa pelos próprios ?compradores?.

Na Câmara, deverá prosseguir a votação da reforma política, cujo item mais relevante – a lista partidária fechada – já foi rejeitado. Resta votar o financiamento público de campanhas, a proibição de coligações em eleições proporcionais e a fidelidade partidária. E o resto?

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