Soberana sob todos os aspectos e plena de autoridade moral foi a pronta reação do Bundestag (Parlamento alemão), por meio da Câmara Baixa, ao condenar a intempestiva afirmação do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejar, ao classificar de mito o holocausto judeu.
Em resolução aprovada por representantes de todos os partidos, o Bundestag, ao condenar com veemência o tresloucado empenho do presidente iraniano em apagar da história recente uma de suas manchas mais cruéis, reafirmou que o holocausto não é um mito e que Israel tem pleno direito à sua existência.
Não seria outra a posição de um país marcado por lembranças só a custo de muito sacrifício e dedicação da maioria, relegadas ao passado que ninguém anseia reviver, que o repúdio frontal à falta de escrúpulos e à turva negação de realidades históricas recentes.
Reza a resolução do Parlamento alemão, ao referir-se ao presidente do Irã e suas diatribes contra Israel e o extermínio de milhões de judeus na Segunda Guerra Mundial, que manifestações anti-semitas ferem os princípios do Direito Internacional e, por isso, são inaceitáveis.
Por seu turno, a chanceler Angela Merkel anunciou que deverá pleitear a condenação internacional do presidente Mahmoud Ahmadinejar na próxima cúpula da União Européia, reiterando que é obrigação da Alemanha defender o direito de Israel à existência nacional, além de responder com energia todas as tentativas de pôr em dúvida o holocausto.
Destarte, recebe o presidente iraniano a condenação, talvez, de onde menos esperava. Da primeira-ministra Angela Merkel e do Parlamento do país que acendeu o estopim de um conflito mundial, mas teve a coragem e os méritos para purgar a culpabilidade até a última migalha.
Por esse motivo, as instituições democráticas da Alemanha de hoje, uma das economias industrializadas do mundo, têm autoridade para colocar nos devidos termos, com a serenidade inflexível que o momento exige, o estrabismo do atual chefe político do Irã, infelizmente aprisionado por ortodoxia que ronda as fronteiras do fanatismo.
Para dizer o mínimo, o mundo está farto de líderes da estirpe de Ahmadinejar, que melhor contribuição daria se ajudasse mais os pobres e pregasse a paz entre os homens.
