Dados atuais compulsados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério da Agricultura encarregado de fazer o acompanhamento dos principais cultivos agrícolas do País, indicam a colheita de 121,53 milhões de toneladas na safra referente a 2006/07. A estimativa anterior situava-se em 120,22 milhões de toneladas, com base em informações das secretarias estaduais, bancos, cooperativas e produtores rurais.
É sempre um risco fazer prognósticos sobre o comportamento das lavouras, mormente quando se torna obrigatório considerar a instabilidade climática nas principais regiões produtoras, fenômeno que tem se repetido com uma constância rigorosa nos últimos anos, causando prejuízos sem conta.
Tais perdas seriam bem mais expressivas, não fosse o excelente nível tecnológico das culturas de alta relevância do ponto de vista do agronegócio – cereais e fibras -, fator que assegura a obtenção de índices de produtividade cada vez mais abrangentes, de certa maneira, atenuando o efeito das quebras de safra em face da estiagem ou excesso de chuvas.
A última estimativa da Conab foi construída sobre indicativos da evolução da produtividade dos cultivos de soja, arroz, milho e feijão no Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, cujas condições climatológicas nos últimos meses foram intensamente favoráveis ao desenvolvimento das lavouras. Além disso, outro fator determinante veio a pesar na decisão dos produtores, os bons preços para algodão e milho da segunda safra.
Confirmada a previsão, o Brasil poderá colher na safra atual até 1,3% a mais que no ano passado, quando o volume final apurado pela Conab ficou em 119,95 milhões de toneladas. Uma idéia precisa do aporte representado pelo nível avançado de apoio tecnológico à disposição dos produtores rurais está no fato de a área plantada na safra atual ser em média 4% menor que a anterior.
O otimismo dos técnicos quanto ao resultado final da safra 2006/07 os leva a pensar numa aproximação do recorde histórico de 123,2 milhões de toneladas registrado em 2002/03. Quando tudo indicava uma agricultura retraída, com inteira razão, vemos aí uma sobranceira resposta.