São Paulo – ?A internet é um espelho da sociedade. Se existe um problema que você vê, não adianta quebrar o espelho?, explica o advogado especialista em crimes na rede, Guilherme de Almeida.

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O advogado defende que nos casos de crimes cometidos pela internet, ?o foco principal a ser atingido não é tanto o meio, mas sim a origem, o indivíduo. ?Responsabilizar os provedores ou os intermediários dessa comunicação, sobretudo no contexto de uma comunicação automatizada, e em grande escala, é criar, inevitavelmente, filtros, controles e violações de inúmeras outras pessoas na busca de efetivação desses mecanismos?.

A criação desses filtros, para o advogado, ?viram um remédio que, pela dosagem, acaba se tornando um veneno?. Ele cita, como exemplo, projeto surgido no Congresso que cria cadastros de todos os usuários e criminaliza qualquer conduta que não seja de acesso identificado. ?Penso, no fundo, que o direito de acesso à informação é mais importante que o controle?, diz.

A solução, explica, seria solicitar a retirada de materiais ilícitos do ar. Muitos sites, inclusive, já se antecipam a qualquer ação jurídica e colocam mecanismos de controle, políticas de privacidade. ?Cada vez mais esse controle sai do Judiciário e começa a ficar nos próprios sites. Muitos sites definem materiais não permitidos. A partir daí, diante de uma violação, retiram o material voluntariamente?.

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Caso o conteúdo ofensivo ou ilegal não seja retirado, é possível encontrar e processar o autor ? um processo demorado, mas mais democrático. Assim como fora da internet, é complicado evitar que ocorram crimes na rede. ?Existem coisas que não pode se evitar. Como eu posso evitar que alguém fale mal de mim na vida real? É praticamente impossível?. Assim, pode-se utilizar o que já existe: um mecanismo jurídico de reparação do dano.

Para diminuir a criminalidade na rede, Almeida defende ?justamente o acesso à informação sobre a segurança e sobre os perigos e riscos da internet, de uma forma clara e consciente. Não evitando o acesso, mas justamente fazendo com que as pessoas tenham os cuidados necessários?.

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?Embora não resolva todos os problemas, pode ser um primeiro grande passo para uma internet segura, responsável, sem prejuízo de suas funcionalidades, mas com uma participação popular aberta e plena?, diz.