A Organização das Nações Unidas (ONU), apesar dos constantes e duros ataques que recebe de todos os flancos, quanto à inoperância na sua principal atribuição, que é de manter o mundo em paz, tem-se esforçado para conseguir resultados palpáveis em termos de projetos dedicados a expandir os níveis da qualidade do meio ambiente e da vida dos seres humanos.
Um desses instrumentos é o Protocolo de Kyoto, cidade japonesa em que o mesmo foi finalizado em dezembro de 1997, mas em vigor desde fevereiro do ano passado. Sob sua inspiração nasceu o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo com o escopo de restringir as emissões causadoras do efeito estufa, em outras palavras, o aquecimento do clima global. O tratado prevê a fixação de contratos de compra e venda de créditos de carbono, transação comercial entre países com alto índice de poluição do ambiente e os que iriam poluir em futuro relativamente próximo, puxados pela industrialização massiva.
O Brasil é um dos países que busca tirar proveito do MDL e conta com 182 projetos para fomentar o seqüestro de carbono da atmosfera, somente superado pela Índia, com 387 projetos. Em terceiro lugar aparece a China, onde existem 133 projetos já em funcionamento. As ações são coordenadas por um comitê gestor ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, que vê com otimismo a evolução da estimulante forma de tornar rentável a poluição.
O preço fixado pelo protocolo para o carbono está subindo aos poucos, mas de maneira estimulante. Por exemplo, um projeto ancorado em padrões rígidos de sustentabilidade pode receber até 17 libras por tonelada de carbono não emitida, com prazo de validade dos contratos até 2008. Há quatro anos os compradores de carbono não pagavam mais de cinco dólares por tonelada.
Segundo dados liberados pelo comitê nacional, os projetos brasileiros destinados a cortar a emissão de gases poluentes impedirão a descarga de 184 milhões de toneladas de carbono na atmosfera, 12% do total mundial.