A resolução da Executiva Nacional do PT, de suspender por um ano o deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG) das atividades partidárias, terá de ser submetida ao Diretório Nacional do partido para a decisão final. O Diretório deverá se reunir nos dias 16 e 17 de abril. Até lá, Virgílio tem o direito de ampla defesa assegurado.
A punição, anunciada há pouco pelo líder do PT no Senado Delcídio Amaral (MS), é resultado do lançamento da candidatura avulsa de Virgílio à presidência da Câmara dos Deputados, o que, na avaliação da Executiva, foi a causa da derrota histórica do PT nas eleições da Casa.
De acordo com o senador, o presidente nacional do PT, José Genoino, foi quem assumiu a postura da punição temporária a Virgílio Guimarães. "Foi uma posição equilibrada, sensata e lúcida, porque as outras alternativas discutidas – a suspensão por 18 meses ou a expulsão – poderiam trazer sérias conseqüências ao projeto político do deputado." Dos 21 membros da Executiva, 14 votaram pela suspensão de um ano, dois pela expulsão, dois se abstiveram e um não votou. Dois membros da Executiva, entre eles, a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, não compareceram ao encontro de hoje.
A decisão da Executiva, de suspender Virgílio Guimarães por um ano das atividades partidárias, será encaminhada agora ao Diretório Nacional da legenda, que tem poder para ratificar a indicação e colocar a medida em execução.
O líder petista no Senado disse que o encontro da Diretório Nacional do partido não será mais realizado nos dias 8 e 9 de abril, mas sim nos dias 16 e 17 deste mesmo mês.
Apesar de não ter comparecido ao encontro de hoje (04) na capital, Virgílio enviou uma carta, alegando que não tinha conhecimento do processo que estaria sendo discutido na reunião da Executiva.
Caso a punição indicada pela Executiva Nacional seja confirmada pelo Diretório Nacional, o deputado mineiro ficará impedido de votar ou ser votado nas instâncias de direção do partido ou nos encontros do PT. Além disso, ele ficará suspenso do direito de voto nas reuniões internas da bancada federal e não poderá, neste período, ser indicado a cargos ou funções de representação do PT na Câmara dos Deputados.
A punição estabelecida hoje pela Executiva foi feita com base no procedimento disciplinar contido nos termos do artigo 216, letra A, do estatuto do PT.
Delcídio Amaral disse, também, que, apesar de Virgílio ter ajudado a provocar a derrota do PT na Câmara dos Deputados, outros fatores também contribuíram para este desfecho. Por isso, o senador voltou a dizer que é necessário maior unidade partidária. "Isto foi uma lição. Tivemos um acidente de percurso mas agora, precisamos tocar para frente", comentou. O deputado Severino Cavalcanti (PP-PE) venceu a disputa pela presidência da Câmara.