Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos

Estudos feitos dentro do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos – que é coordenado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em parceria com as secretarias de Saúde -, encontraram resíduos de agrotóxicos em plantas que não sofreram qualquer tipo de aplicação. O estudo aponta que a contaminação se deu através de resíduos e poluição do solo.

Preocupada com essa constatação, a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, através da Companhia de Abastecimento do Paraná (Ceasa), está fomentando discussões sobre o tema. E com esse objetivo é que foi realizado ontem, em Curitiba, a conferência Descontaminação e Despoluição de Solos, que teve a participação do engenheiro agrônomo e presidente da União das Empresas para a Despoluição dos Solos da França, Jérôme Costil.

De acordo com o químico do Laboratório de Solos do Instituto Agronômico do Paraná, Mário Miyazawa, os maiores problemas em termos de contaminação no Brasil estão em regiões próximas às grandes indústrias. Segundo ele, no Estado ainda não existe um levantamento do problema. Para isso está sendo feito um monitoramento em regiões consideradas de risco para que se possa trabalhar na prevenção. A preocupação da Ceasa, diz o seu diretor técnico Manoel Lopes de Andrade Júnior, é com a segurança alimentar, já que os produtos podem ser contaminados de forma direta ou indireta.

Fatos

Desde 1994, a Mineropar faz um levantamento das águas, sedimentos e solo do Paraná. Esse diagnóstico ambiental visa a identificar a concentração ou carência de elementos necessários ao homem e seu ecossistema, assim como seus reflexos. De acordo com o geólogo do órgão, Otávio Augusto Boni Licht, os levantamentos apontaram duas situações distintas na região Norte do Paraná.

Uma delas, de causa natural, foi a constatação de abundância de flúor na água de rios e poços artesianos utilizados para o consumo por grande parte da comunidade de 40 pequenos municípios. "A ingestão diária de quantidade de flúor acima do normal provocou a fluorose, que afetava os dentes das crianças", explicou Licht.

A outra situação foi o excesso de bromo e cloro também em águas de rios, responsável pelo alto índice de câncer de fígado na população. Essa contaminação foi resultado da utilização de agrotóxicos que se acumularam nos últimos anos. Segundo o geólogo, nos dois casos o processo de tratamento de água é fundamental para não expor as populações a maiores riscos.

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