Resgate tardio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará hoje em Curitiba, onde deverá assinar a portaria que transforma o Centro Federal de Educação Tecnológica, o tradicional Cefet, em Universidade Federal Tecnológica do Paraná, a segunda escola de terceiro grau mantida com recursos federais em território paranaense.

A medida é louvável sob todos os ângulos, embora justifique também a lamentação acerca do longo período que a União levou para criar a segunda universidade federal no Estado.

Já nos referimos em várias oportunidades ao fato estranhável de o Paraná, cuja contribuição para o desenvolvimento nacional e, sabidamente, nos últimos anos, na formação do Produto Interno Bruto do agronegócio, colecionar índices valorativos da mais alta expressão, ter sido discriminado pelo governo central no setor da educação superior.

Aliás, uma lacuna que, em prol da expansão cultural, humanística e tecnológica da nossa juventude, o governo do Estado assumiu a responsabilidade de preencher, implantando com recursos próprios uma rede exemplar de universidades públicas. O excelente serviço prestado por esses centros de ensino localizados em Ponta Grossa, Cascavel, Maringá e Londrina, afora as unidades descentralizadas, mede-se pelos milhares de jovens habilitados nas mais diversas carreiras universitárias – inclusive dos estados vizinhos – com elevado padrão de ensino reconhecido pelo MEC.

A criação da Universidade Tecnológica Federal do Paraná e a extensão da UFPR para a região litorânea, com o campus de Paranaguá, esboçam, posto que tardiamente, a ansiada mudança do enfoque da União sobre carências há muito relegadas ao esquecimento?

Seria importante a menção ao presidente da República do abandono em que se encontram rodovias federais que cortam o Paraná. E, ainda: quase um ano depois do desabamento da ponte sobre a represa Capivari-Cachoeira, o exemplo da ineficiência continua exposto.

Nesse ínterim, parte da malha rodoviária concedida de forma polêmica e juridicamente discutível à iniciativa privada, para o pedagiamento, transformou-se em manancial de ganhos para os empresários agraciados, cada vez mais movidos pelo aumento das tarifas.

Além da contribuição dos inativos do serviço público, faria bem a Lula conhecer de perto essa história.

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