Requião quer que multinacionais reciclem pneus

O governador Roberto Requião afirma que está apoiando a luta da empresa paranaense BS Colway para obrigar as multinacionais de pneus Bridgestone/Firestone, Goodyear e Pirelli a cumprir a legislação brasileira de responsabilidade pós-consumo. Em anúncio que começou a ser veiculado nas redes nacionais de televisão, Requião trata da denúncia feita pelo empresário paranaense Francisco Simeão, dono da BS Colway, ao Ministério Público Federal contra os presidentes das multinacionais e também o do Ibama, que deveria fiscalizá-las.

?O Paraná reduziu os casos de dengue em praticamente 100% e a BS Colway, paranaense e brasileira, foi decisiva para essa conquista, fazendo os pneus velhos sumirem do meio ambiente?, afirma o governador, referindo-se ao programa Rodando Limpo, iniciativa de responsabilidade social idealizada por Simeão para dar destinação ambientalmente adequada aos pneus inservíveis, nos quais se acumula água propícia ao mosquito transmissor da dengue e febre amarela urbana.

Segundo Simeão, as multinacionais no Brasil, com a conivência do Ibama, não só descumprem a lei como tentam modificá-la, reduzindo sua obrigação sob o argumento de que não há mais pneus a coletar. ?Isso é mentira. Após recolher e destruir mais de 8 milhões de pneus no Paraná, levamos o Rodando Limpo para o Nordeste, onde a fábrica da Cimpor Cimentos de Portugal está recebendo milhares de unidades na Paraíba, enquanto Pernambuco e Ceará já se preparam para aderir também?, garante.

Sobre a campanha de televisão, o empresário, também presidente da Abip (Associação Brasileira da Indústria de Remoldados), diz que ela vai continuar durante 52 semanas, com depoimentos de governadores, senadores e outras autoridades de todo o Brasil. O objetivo é colocar a opinião pública na luta pela manutenção e cumprimento da lei.

?O melhor do Brasil é o brasileiro mesmo, como lembramos nos anúncios anteriores, nos quais informamos sobre a denúncia dos presidentes. Somos um povo que recebe de braços abertos os estrangeiros que para cá vêm trabalhar conosco pelo Brasil. Mas não aceitamos a arrogância manifestada por essas multinacionais dos pneus, que se acham acima da nossa lei apenas porque fazem investimentos, dos quais, aliás, tiram lucros como em nenhum outro lugar do mundo\", declara Simeão, lembrando que, antes da BS Colway, os pneus custavam mais e tinham menor qualidade.

Em declarações à imprensa, os representantes das multinacionais têm admitido seguidamente que não foram cumpridas obrigações dos anos 2003 e 2004, o que é confirmado pelo próprio Ibama. Simeão contesta e se dispõe a provar que não há dificuldade nem de encontrar, coletar e destruir pneus inservíveis, nem de fiscalizar e comprovar: ?O que falta é vontade, tanto delas como do Ibama?.

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