O governador Roberto Requião solicitou ontem (04) ao ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu a sua interferência para aumentar a área dos armazéns da unidade da Conab de Ponta Grossa para evitar a formação de filas de caminhões em direção ao Porto de Paranaguá no pico de escoamento da safra de grãos. Requião lembra ao ministro que em janeiro deste ano foi assinado o Protocolo de Intenções entre a Conab e a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) para que parte dos armazéns possa ser utilizado pelos produtores rurais e cooperativas.
Segundo o governador, a competitividade do escoamento de soja depende da utilização do Terminal Retroportuário Avançado de Ponta Grossa, que hoje dispõe de uma capacidade estática de armazenagem de 125 mil. A solicitação de Requião é para estender para 420 mil essa capacidade. "Essa ação, embora a cadeia produtiva da soja seja uma das mais organizadas, vai reduzir o impacto logístico e fator custo e tempo do sistema de transporte rodoviário com destino ao Porto de Paranaguá", diz o governador no ofício enviado ao ministro José Dirceu.
No início do ano as administrações do porto e da Conab assinaram o protocolo de intenções para que armazéns em Ponta Grossa sejam utilizados pelos agricultores. Nesses armazéns será feita a análise do produto transportado por caminhões, ou trens, e quando a capacidade de armazenagem na área do porto em Paranaguá estiver saturada será descarregado para posterior transporte ao Corredor de Exportação, onde passará por nova análise, evitando as filas.
Para o governador, o principal objetivo da proposta é de aumentar as exportações de granéis sólidos e segregação de produtos para o escoamento por intermédio de outros portos do Cone Sul, impedindo a chegada de produtos sem a devida qualificação ao Porto de Paranaguá. Requião diz que com essa medida serão evitados os transtornos de caminhoneiros estacionados sem o mínimo de segurança e conforto, assim como o armazenamento de produtos em caminhões.
O superintendente da APPA Eduardo Requião lembra que os armazéns da Conab servirão de fluxo de mercadorias, a exemplo do silo público ? o Silão -, que possui capacidade para 100 mil toneladas e que fica localizado nas proximidades do cais, em Paranaguá.
Área em Paranaguá
Um acordo fechado entre o Governo do Estado e a Prefeitura de Paranaguá permitiu a compra pelo Estado de uma área de 300 mil metros em Paranaguá para ampliar o espaço de recepção de caminhões pelo porto.
O governador ressaltou que a área representa a única opção para expansão do Porto. "Fizemos um acordo porque é sempre o melhor, mas tentaram mesmo invadir um bem público e prejudicar a compra de uma área fundamental para melhorar o escoamento da nossa safra e diminuir o problema dos caminhoneiros que enfrentam fila na rodovia", destacou.
O prefeito considerou o acordo como uma solução que agrada a todos. "Haverá uma permuta de área com a prefeitura. A Rede cede um terreno para a prefeitura e o porto desapropria um trecho onde existe uma fábrica de manilhas do município, que será construída em outro local", explicou.
Requião salientou os benefícios que o acordo trará ao município e lembrou que, pela primeira vez, o Porto investe diretamente no município. "Apenas as obras de acesso ao Porto representam um investimento de R$ 25 milhões", afirmou ao lembrar a pavimentação em concreto ? capaz de suportar peso de caminhões e ter vida útil superior a pavimentação convencional ? nas ruas de acesso ao porto.
