Requião lança mais um milhão de peixes juvenis em dois pontos de pesca do Rio Ivaí

O governador Roberto Requião, o secretário da Agricultura Orlando Pessuti, e o secretário do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, participaram nesta sexta-feira (3) do lançamento de um milhão de peixes juvenis no Rio Ivaí, na região central do Paraná, que foram distribuídos em dois pontos estratégicos para a pesca. O primeiro foi em Manoel Ribas, divisa com Cândido de Abreu. O segundo ponto de repovoamento fica no município de São João do Ivaí.

Requião explicou que os peixes são juvenis e não entram na cadeia alimentar dos outros peixes adultos. ?A taxa de sobrevivência é de 60%, enquanto que a de alevinos seria de apenas 20%?, disse o governador. Segundo Requião, é necessário deixar de pescar por um ano e meio a dois anos para se ter uma desova, para que ocorra a recuperação do rio.

Ele anunciou também um projeto futuro que vai dar mais velocidade ao programa tanque-rede, em que o Governo do Estado vai entregar alevino para ser criado em tanques. O Governo vai financiar a construção dos tanques e comprar a produção dos peixes para depois soltá-los no rio. ?Isso vai ser bom para os pescadores, que não vão poder pescar mas que poderão tirar renda deste tanque-rede e ainda ajudar na reposição da mata ciliar, que serão contratados para isso?, afirmou.

O governador revelou ainda que está preparando um programa de mata ciliar onde serão plantados 90 milhões de arvores nas margens dos rios. ?Se nós deixarmos a depredação da natureza continuar o Paraná vão virar um deserto?, alertou o governador.

Estoque Pesqueiro

O projeto de Reposição de Estoque Pesqueiro foi financiado através do Fundo Paraná, da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior- SETI, que investiu em projetos de pesquisa para a recuperação da fauna aquática tanto no litoral quanto em águas interiores.

Segundo o governador Roberto Requião, o projeto é resultado da mobilização com parceiros como a Universidade Estadual de Londrina, Universidade Estadual de Maringá, Faculdade de Bandeirantes, Instituto Ambiental do Paraná, Ibama, Emater/Pr e Fundação Terra.

?O grande objetivo é a recomposição ambiental na região, aliando a recuperação das matas ciliares, da qualidade das águas e do estoque pesqueiro?, afirmou o governador. Segundo ele, o projeto deverá gerar outras pesquisas e teses acadêmicas de grande importância pelo uso de tecnologias inovadoras como os marcadores moleculares e o monitoramento das espécies no meio ambiente.

A médio prazo, diz o governador, também deverá ocorrer a reativação da economia gerada pela pesca esportiva, ativando setores como hotelaria, turismo, lojas de materiais e equipamentos e outros, com a conseqüente geração de novos empregos.

O desenvolvimento dos peixes será acompanhado semestralmente por técnicos do Estado em conjunto com as instituições de ensino superior, verificando o desenvolvimento dos peixes, ocorrências de parasitas, hábitos alimentares, marcadores moleculares, alterações do estoque pesqueiro, reposição de matas ciliares, controle de fontes de poluição e ações voltadas a promover a qualidade do meio ambiente.

Para o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, esse é um programa que se soma ao da mata ciliar que está sendo desenvolvido no litoral e no repovoamento de peixes no interior. ?O Projeto de Reposição de Estoque Pesqueiro nos rios paranaenses é uma iniciativa inovadora que prevê a caracterização genética de espécimes nativos dos rios da região?, disse Pessuti.

Os prefeitos de Manoel Ribas, Valentin Darcin; o de São João do Ivaí, Clóvis Bernini Júnior, afirmaram que os peixes são muito importantes para a região, para o pescador, e para o ecossistema, ?que futuramente vão render divisas ao município?.

Segundo o chefe da Divisão de Conjuntura Agropecuária, Luiz Roberto de Souza, com esta tecnologia pode-se caracterizar geneticamente as matrizes. ?Feita a desova, fertilização e desenvolvimento dos peixes, poderemos saber se os peixes reproduzidos no rio são conseqüentes do trabalho de repovoamento que estamos fazendo?, afirmou Souza.

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