“Todos os novos prefeitos serão recebidos por mim e terão o Governo do Estado como parceiro”, garantiu o governador Roberto Requião nesta sexta-feira, no encerramento do encontro estadual do PPS, em Curitiba. Requião afirmou, ainda, que o Governo do Estado quer trabalhar junto com as prefeituras e que todos os prefeitos eleitos, independente de sigla partidária, terão apoio da administração estadual. Estiveram presentes no encontro 34 prefeitos, 31 vice-prefeitos e 280 vereadores eleitos pelo partido no Paraná.
Requião lembrou que foi eleito governador com o apoio do PPS e que todos os membros do partido são considerados parceiros. “Esses novos prefeitos eleitos entram em um ano muito bom porque eles terão a possibilidade de estruturar rapidamente os municípios ou já terão os municípios estruturados”, disse o governador, referindo-se ao decreto que exige que todas as cidades tenham um plano diretor para poder receber recursos do Estado.
“Eu, há muito tempo, me convenci que investimentos feitos a partir da estrutura municipal são muito mais positivos. São os pequenos empreiteiros locais que executam as obras e os recursos ficam nos municípios”, disse Requião. O secretário de Desenvolvimento Urbano, Renato Adur, também participou do encontro e fez uma palestra sobre a política de desenvolvimento do Estado.
O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, declarou que o fato do partido ter apoiado a eleição de Requião para o Governo do Paraná é motivo de orgulho para o partido e que o momento “é de união de forças para que o país corrija seus erros”. Freire e o presidente estadual do partido, Rubens Bueno, entregaram ao governador um documento com uma análise crítica da política que vem sendo adotada pelo Governo Federal.
Nação
Em sua palestra, o governador criticou a política econômica do Governo Federal e a redução do repasse de recursos federais para os municípios. Requião reafirmou que o país tem que ser visto como nação, e não como mercado para atender os interesses externos. “A idéia da globalização era do desmonte do Estado, do fim do planejamento indicativo e da prevalência absoluta da economia de mercado. Isso tem que acabar”, disse.
O governador também fez um breve balanço da sua administração e informou que nesses 22 meses cancelou R$ 450 milhões referentes a contratos de informática firmados sem licitações e outros R$ 180 milhões referentes a empenhos de obras irregulares ou não realizadas. “Eu imaginei que teria uma chuva de processos judiciais. Não tive nenhum. Os fornecedores não receberam e silenciaram porque sabiam que os contratos eram absolutamente irregulares”, comentou.
Requião também relatou a venda de ações da Sanepar e a assinatura do pacto de acionistas que passou aos sócios minoritários o controle acionário da empresa. A construção da UEG Araucária com recursos da Copel também foi relatada. A usina, que pertence também à empresa americana El Paso, nunca entrou em funcionamento por problemas técnicos na sua concepção.
Paraná
Os números da economia paranaense também foram informados aos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores eleitos. Segundo Requião, foram gerados no Estado 630 mil empregos e mais de 70 mil empresas se instalaram no Paraná desde o começo de seu mandato. O governador também citou o desenvolvimento no setor de agronegócios, os recordes de exportação do Porto de Paranaguá e o sucesso da balança comercial paranaense. “Mas ainda temos muito o que fazer. Segundo o Ipardes, 72% dos municípios paranaenses apresentam o Índice de Desenvolvimento Humano abaixo da média brasileira”, comentou.
Para o governador, a principal marca da sua administração “é a valorização absoluta do espírito público”. Segundo ele, a administração estadual está trabalhando estreitamente com as classes empresariais e apostando pesado no setor sucroalcooleiro.