O governador Roberto Requião fez nesta terça-feira, durante a reabertura da Assembléia Legislativa, um minucioso balanço dos principais programas desenvolvidos no Paraná nos dois primeiros anos de seu mandato.

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"Todas as ações fazem parte do compromisso do governo com os mais pobres, os despossuídos e desapessoados, com aqueles que foram exilados das preocupações dos governantes que se deslumbraram com a economia do mercado, que hoje vê os nossos trabalhadores sem nenhuma contemplação, sem nenhuma piedade, sem o menor resquício – tênue vislumbre que seja – de humanidade", afirmou.

A prestação de contas de Requião aos deputados começou com o relato das ações desenvolvidas para reverter a situação dos municípios que, em estudo realizado pelo Ipardes e lembrado pelo governador, apareciam com os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado.

"Antes de tudo, e acima de tudo, o emprego, que é o passaporte, o passe, o ingresso para a cidadania e a dignidade. Enquanto que no país reclamam do aumento da carga tributária, caminhamos na contramão e cortamos impostos", destacou Requião ao citar o programa que isentou e diminuiu o ICMS de 147.789 (77% do total) micro e pequenas empresas paranaenses, o que fortaleceu os empreendimento e acelerou a geração de empregos.
Ele também falou da diminuição de 18% para 7% o ICMS de materiais de construção civil e de louças e artigos em cerâmica, e de 18% para 12% na água mineral produzida no Estado. Os produtos da cesta básica também tiveram redução de 12% para 7%. "Nenhum estado pratica uma política fiscal tão ousada quanto o Paraná. E quem reconhece isso é o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário", disse.

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Requião também explicou os incentivos do Governo para que empresas instalem-se em municípios carentes. Entre eles, a dilação de até oito anos para o pagamento do ICMS e de até quatro anos para o recolhimento do imposto sobre a energia elétrica. "Quanto mais pobre for a região onde houver o investimento, maiores os benefícios fiscais", explicou.

O governador também reafirmou seu compromisso em apoiar as empresas paranaenses e nacionais. Ele citou como exemplo a redução de 18% para 12% do ICMS para a empresa Noma, que fabrica reboque em Maringá. Ele também criticou as isenções feitas pelo governo anterior à Renaut. "A montadora não pagará impostos até 2020. Até lá, o povo paranaense terá investido na empresa próximo de R$ 5,5 bilhões e ela terá pago ao Estado cerca de R$ 500 milhões em impostos", criticou.

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Sociais

Entre os programas sociais citados por Requião está o Leite das Crianças, que hoje distribui 4,4 milhões de litros de leite por mês para 161 mil crianças em todo o Estado. Segundo dados da Secretaria de Saúde, o programa reduziu a desnutrição infantil nos municípios em até 90%. "É a garantia de um desenvolvimento saudável e sem as terríveis seqüelas que a desnutrição e a fome provocam", disse.

O Luz Fraterna, que fornece energia de graça a quem consome até 100 quilowatts por mês, está beneficiando cerca de 1 milhão de paranaenses. Já a Tarifa Social da Sanepar fornece água e esgoto tratado para 318 mil famílias, contra as apenas 34 mil cadastradas no governo anterior.

O governador também explicou o aumento dos gastos com a saúde pública, que saltou de R$ 194 milhões no último ano do governo passado para quase R$ 505 milhões em 2005.

Além disso, Requião falou sobre o programa de construção e recuperação de hospitais regionais, prontos-socorros, postos de saúde e ambulatórios. Ele citou como exemplo os hospitais de Ponta Grossa, Tibagi, Londrina, Paranavaí, Paranaguá, Guaraqueçaba, além da construção do Hospital de Reabilitação de Curitiba e da Ala de Queimados do Hospital Universitário de Londrina.

"É o compromisso que assumimos de regionalizar o atendimento da saúde dos paranaenses, assistindo-os lá onde eles moram e eliminando de vez o triste tráfego de ambulâncias rumo à Curitiba", explicou.

Escolas e segurança

O governador também relatou os investimentos realizados pelo Governo na educação nos últimos dois anos. Entre eles, o Plano de Cargos e Carreira dos Professores, que significou um aumento médio de 33% nos salários dos professores; a equiparação salarial dos professores do ensino especial com os demais da rede estadual e os dois concursos públicos para a contratação de 30 mil novos profissionais.

"No ano passado investimos 35% do orçamento estadual na educação pública, um percentual bem acima dos 25% que a Constituição Federal determina. Hoje temos na sala de aula um professor motivado e isso é a chave para a educação de qualidade às nossas crianças e jovens", destacou.

Sobre os investimentos feitos na Segurança Pública, Requião lembrou a aquisição de 1,4 mil novas viaturas, de armas e de outros equipamentos. O governador também falou do Projeto Povo e da Patrulha Escolar, ações que reduziram o número de ocorrências policiais nas escolas e em seu entorno.

Sobre o programa de desarmamento, o governador lembrou que o Paraná foi o primeiro no país a lançar a campanha e que até hoje já recolheu e destruiu cerca de 33 mil armas.