O governador Roberto Requião enviou nesta quarta-feira (11) um ofício para a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, apoiando a proposta de criação de unidades de conservação na Floresta com Araucárias no Estado do Paraná. ?O Pinheiro do Paraná é a árvore símbolo do Estado, fato que torna vital a iniciativa para evitar a extinção dessa importantíssima floresta?, salientou Requião.
Na tarde de terça-feira (10), o governador e o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, estiveram reunidos com o secretário Nacional de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco. O secretário veio em nome de Marina Silva pedir o apoio do Governo do Estado para criação de cinco Unidades de Conservação para proteção da Araucária no Paraná.
A proposta de criação das unidades de conservação foi elaborada sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama. O total de áreas protegidas no Paraná poderá chegar a quase 100 mil hectares. ?O impacto sobre a produção no Paraná é mínimo. Dos 96 mil hectares em áreas de proteção que serão criadas apenas seis mil hectares são formados por áreas produtivas?, afirmou o secretário. Destes 96 mil hectares, 48 mil são áreas públicas.
As áreas seriam no Parque Nacional dos Campos Gerais (21.749 ha), na Reserva Biológica das Araucárias (16.078 ha), na Reserva Biológica das Perobas (11.000 ha), no Refúgio de Vida Silvestre do Rio Tibagi (31.698 ha) e ainda no Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas (96.970 ha). Estudos de órgãos ambientais estaduais e federais indicam que restam no Paraná apenas 0,8% de araucárias em estágio avançado de regeneração se comparado ao que existia originalmente.
Devastação
No Paraná as florestas que compõem a Mata Atlântica originalmente ocupavam 168 mil quilômetros quadrados do território do Estado. Os campos naturais, com 30 mil quilômetros quadrados e restingas e várzeas cobriam o restante do Estado. Das formações florestais, a Floresta com Araucárias se distinguia pela singularidade da paisagem e pela grande extensão de 73 mil quilômetros quadrados.
Apesar da devastação, este bioma ainda abriga uma das mais altas taxas de biodiversidade de todo o planeta: cerca de 20.000 espécies de plantas (6,7% de todas as espécies do mundo), sendo 8.000 endêmicas, e grande riqueza de vertebrados (264 espécies de mamíferos, 849 espécies de aves, 197 espécies de répteis e 340 espécies de anfíbios).