A executiva nacional do PTB divulgou nota hoje (16) rebatendo denúncias contidas na edição da revista Veja desta semana contra o presidente nacional do partido, o deputado Roberto Jefferson (RJ). "Não há, nem nunca existiu, qualquer esquema de corrupção envolvendo o partido."
Segundo o documento, os fatos noticiados pela revista dizem respeito ao funcionário Maurício Marinho, e estão "circunscritos exclusivamente a sua própria pessoa".
A executiva do partido afirma que Marinho não pertence aos quadros do PTB e não mantém relacionamento pessoal ou profissional com a presidência nacional do partido. O PTB reitera, também, a confiança no presidente do partido que foi, "de forma leviana, indevida e criminosa, citado pelo senhor Maurício Marinho".
"Temos convicção da honestidade e da correção que sempre pautaram as ações de Roberto Jefferson e acreditamos que, fiéis à verdade, manteremos íntegro nosso partido."
Em carta encaminha à direção do partido, o diretor de administração dos Correios, Antônio Ozório Menezes Batista, também citado pela revista como parte do esquema de corrupção, defende-se. Filiado ao PTB há 20 anos e nomeado para o cargo pelo partido, Batista informa que ao tomar conhecimento das denúncias contra um subordinado seu, se sente "na obrigação de requerer sindicância que apure com profundidade os fatos narrados pela revista Veja, com o que, tenho certeza, se comprovará a total isenção da minha pessoa".
Antônio Ozório pede ainda afastamento de seu cargo nos Correios para, segundo ele, facilitar a averiguação de todos os fatos que constam da reportagem.
Amanhã, às 16h, o deputado Roberto Jefferson vai fazer um pronunciamento no plenário da Câmara, para prestar esclarecimentos sobre o caso.
O governador Roberto Requião e o ministro da Educação, Tarso Genro, inauguram nesta segunda-feira (16) em Matinhos a primeira universidade pública do litoral do Paraná. A instituição passa a funcionar como um campus da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na antiga sede da Associação Banestado, com quatro cursos superiores e sete cursos técnicos profissionalizantes de nível médio.
?Além das vantagens naturais que uma instituição de ensino traz para uma região, a Universidade no Litoral trará outra: a mudança do perfil econômico da região?, afirmou Requião. ?Examinamos todas possibilidades e concluímos que a implantação de uma instituição de ensino superior vai fomentar a economia das cidades litorâneas do Paraná?.
?A parceria com a Universidade Federal do Paraná foi fundamental para consolidar o projeto de criação?, acrescentou o governador. ?Hoje, possuímos 46 projetos em parceria com a UFPR e bancaremos novos projetos nos mesmos moldes se a instituição federal assim o desejar. O governo do Estado garante o local e compra de equipamentos. Já a universidade, o corpo docente?, explicou.
Referência
O ministro Tarso Genro disse que o sistema de consórcio que garantiu a criação da Universidade no Litoral ? envolvendo uma parcerias entre Estado, município e governo federal será referência na proposta do anteprojeto de lei que trata da reforma de ensino superior.
?A Universidade do Litoral é uma instituição de vanguarda e servirá de exemplo para construção de uma nação soberana e coesa?, afirmou Tarso Genro ao destacar que quando assumiu o cargo adotou uma política baseada em prioridades como alfabetização, educação profissionalizante, fundo de refinanciamento para educação básica e reforma universitária.
Na opinião do ministro, a Universidade do Litoral representa a síntese de um programa estratégico para as universidades brasileiras. ?É um modelo que, segundo o governador Roberto Requião, foi resultado de muito estudo?. O ministro disse ainda a universidade garantirá uma forma sustentável de promover o desenvolvimento ao litoral sem agredir o meio ambiente.
Nova realidade
Para o prefeito de Matinhos, Francisco Contin dos Santos, a universidade vai mudar o perfil das cidades na região litorânea. ?O povo saberá reconhecer este investimento governador?, disse o prefeito. ?A Universidade no Litoral reforça a política de integração entre o ensino básico e superior e dá ao Litoral paranaense uma nova dinâmica socioeconômica?, afirmou o secretário Aldair Rizzi. Segundo ele, cerca de 1.600 estudantes serão beneficiados com o projeto. ?Também é uma resposta às necessidades da gente litorânea, que sobrevive basicamente da exploração da pesca e tem a sua economia aquecida durante dois ou três meses do ano apenas?.
O imóvel onde vai funcionar a Universidade foi adquirido no ano passado pelo Governo do Estado por R$ 2,5 milhões. Em 2006, também deverá ser utilizado o prédio do Santa Mônica Clube de Praia, em Praia de Leste.
Os cursos superiores ofertados pela ?Universidade no Litoral? são Fisioterapia (30 vagas, diurno) e Gestão Ambiental (30 vagas, diurno). O curso de Educação Física, também de nível superior, será implantado em 2006. Os cursos profissionalizantes são Técnico em Agroecologia, com ênfase em Aqüicultura, Floresta e Agricultura (36 vagas, diurno), Técnico em Enfermagem (25 vagas, noturno), Técnico em Hotelaria (35 vagas, noturno) e Técnico em Transações Imobiliárias (35 vagas, noturno).
Na primeira fase de implantação, a ?Universidade no Litoral? terá 51 professores, sendo 30 para o ensino superior e 21 para o ensino técnico. Todos eles serão contratados pela Universidade Federal do Paraná. Vinte por cento das vagas serão reservadas a estudantes que freqüentaram o ensino fundamental e médio em escolas públicas e vinte por cento para estudantes negros.
O curso de Pedagogia (habilitação em Magistério das Séries Iniciais do Ensino Fundamental e em Educação Infantil) oferecido pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá ? FAFIPAR, foi o primeiro implantado na Universidade no Litoral. O primeiro vestibular, realizado em novembro de 2004, ofertou 50 vagas no período noturno.
