O governador Roberto Requião vai emprestar seu aval político para a diretoria da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcoopar) conseguir financiamentos no valor de R$ 1,5 bilhão junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos deverão financiar o programa de expansão do setor sucroalcooleiro no Estado que deverá promover um novo ciclo econômico em toda a região Norte do Paraná, incluindo o Noroeste, Norte e Norte Pioneiro.
Requião e a diretoria da Alcoopar deverão se reunir com o presidente do BNDES, Carlos Lessa, nesta sexta-feira, dia 10, para apresentação dos projetos aprovados pelo governador, que assinou o decreto 3493 criando o programa de expansão do setor sucroalcooleiro. A concessão dos financiamentos vai depender dos projetos apresentados por cada uma das empresas que participam do empreendimento, “de acordo com a situação financeira e capacidade de endividamento de cada uma”, explicou o assessor especial do governo, Daniel Godoy.
Do total de financiamentos previstos para o programa, cerca de 30% correspondem à contrapartida dos produtores de açúcar e álcool, disse o presidente da Alcoopar, Anísio Tormena. De acordo com o empresário, o empenho do governador deverá ter como retorno o aumento no número de empregos criados na área rural e também no aumento da arrecadação de impostos, já que o setor é um bom gerador de ICMS no Estado.
De acordo com Tormena, o governador Requião tem um bom trânsito junto ao presidente do BNDES e “certamente terá mais condições de defender a liberação de recursos para um programa que deverá gerar mais de 50 mil empregos diretos e indiretos em todo o Estado”, afirmou. Tormena ressalvou que a interferência do governador será apenas política, porque o programa é sustentável economicamente e os empresários vão assumir todo o ônus do financiamento.
Os recursos do BNDES serão aplicados no aumento da área plantada com cana-de-açúcar em áreas degradadas ou de pouco uso. “O plantio de cana-de-açúcar não vai entrar em conflito com outras culturas”, disse Tormena. Segundo ele, se aprovado o financiamento, a Alcoopar pretende fazer um evento no Palácio Iguaçu, para conscientizar os demais setores do agronegócio, que o cultivo de cana vai ocupar áreas que hoje são pouco exploradas, como áreas degradadas de pastagens e solos de baixa fertilidade.
O investimento deverá financiar o plantio de mais 150 mil hectares de cultivo, que somando-se aos 330 mil hectares ocupados atualmente, devem totalizar 480 mil hectares plantados com cana-de-açúcar no Paraná. “O total do plantio corresponde a 3% da área agricultável do Estado”, lembrou. O aumento do plantio vai dar suporte ao aumento da produção de álcool que deverá superar o volume de 1,1 bilhão de litros por ano.
Tormena disse que os empresários do setor sucroalcooleiro estão confiantes no sucesso do empreendimento porque os mercados interno e externo estão promissores. O presidente da Alcopar salientou que a prioridade dos empresários é o atendimento do mercado interno, mas lembrou que as exportações deverão ser ampliadas. Atualmente o Paraná exporta 200 milhões de litros, o que é considerado muito pouco.