Requião e ministra Dilma Rousseff formalizam compra de termelétrica

A Copel adquiriu nesta terça-feira (30) por R$ 416 milhões a parte da El Paso Energy do Brasil na UEG Araucária, elevando de 20% para 80% sua participação na termelétrica. Com a formalização da operação, extinguem-se as ações judiciais propostas de parte a parte, tanto na corte arbitral de Paris quanto no judiciário brasileiro e a Copel passa, a partir de agora, a se dedicar à recuperação e adequação da usina para que ela possa começar a produzir eletricidade o quanto antes.

O acordo foi saudado com entusiasmo pelo governador Roberto Requião e pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que veio prestigiar o evento e que também assinou o termo definitivo de entendimento entre a Copel e a El Paso.

A participação da ministra nas negociações em torno da Usina de Araucária foi destacada pelo governador como ?decisiva? e como um ato de companheirismo. ?Não fizemos essa negociação sozinhos. Não nos faltou nesse processo a dedicação e o empenho da então ministra de Minas e Energia Dilma Rousseff, uma verdadeira companheira a quem agradeço o apoio, que não foi dado a mim, mas ao interesse do povo paranaense?.

Vitória – Para o governador, o acordo entre Copel e El Paso foi uma vitória do interesse público e deve ser um exemplo definitivo para o futuro. ?Quando se trata de interesse público, a gente não dobra a espinha. Aprendi na faculdade que não existe direito adquirido contra o interesse público e, por isso, este dia passa a ser extremamente significativo para nós?. Completando, Roberto Requião destacou: ?Só nos falta incorporar o investimento privado de R$ 1,98 bilhão feito na Sanepar?.

Requião também salientou a boa vontade demonstrada pelo presidente da El Paso do Brasil, Eduardo Karrer, a quem garantiu não existir qualquer ressentimento por parte do Governo do Paraná depois de quase três anos e meio de discussão em torno da Usina de Araucária.

?O que precisa ser removido definitivamente é a visão neoliberal e entreguista que tomou conta do Brasil?, explicou. ?O capital estrangeiro é bem-vindo no Paraná e no Brasil e é principalmente bem-vindo quando nós podemos solucionar pelo diálogo uma pendência que parecia terrível a ponto de levar algumas autoridades da República a falar em risco-Requião?, disse o governador. ?De uma vez por todas, defender o interesse público no Brasil não é risco para o país, mas obrigação de todo cidadão e de todo administrador?.

Negociação ? O governador Roberto Requião citou como exemplo de negociações bem-sucedidas outros contratos da própria Copel firmados na gestão anterior e que apresentavam prejuízo ao interesse público. ?Não era apenas o contrato com a El Paso que nos preocupava, mas também os contratos com a norte-americana NRG e com a espanhola Endesa, proprietária da Cien, contratos cuja repactuação mostra bem que jamais faltou espírito de negociação ao Governo do Paraná?, explicou.

?Neste episódio de Araucária, a El Paso defendeu os seus interesses empresariais e nós, os da Copel e da população e chegamos a uma bela conclusão?, observou. ?Teremos uma usina na mão, que vai operar em benefício do sistema elétrico brasileiro?.

Recuperação – O governador ainda lembrou o processo de recuperação por que passou a Copel a partir de janeiro de 2003 e apresentou para a ministra Dilma uma empresa ?com R$ 1,2 bilhão em caixa, com enorme capacidade de investimento e praticando a menor tarifa de energia do país? entre as de seu porte.

?Seguramos por muito tempo as tarifas da Aneel porque eram as tarifas da privatização, para pagar contratos lesivos ao interesse do povo do Paraná?, disse Requião. À ministra, afirmou que ?a Copel pode ser essa empresa que você sonha, uma empresa paranaense investindo no Brasil e, obedecendo à exigência da nossa legislação, sempre majoritária nas suas parcerias?.

Ele lembrou que ao assumir encontrou uma empresa ?absolutamente quebrada? e que, menos de dois anos depois, era homenageada pelos investidores na Bolsa de Valores de Nova York. ?Fomos homenageados por analistas por termos salvo a poupança de 18 mil investidores norte-americanos, que perderiam tudo com a consumação do desastre ao qual se encaminhava a Copel?, sublinhou.

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