O governador Roberto Requião determinou que todos o efetivo do 13.º Batalhão da Polícia Militar seja trocado em 45 dias. ?Temos de ser firmes em situações delicadas como esta, o que ocorreu não pode ser admitido na Polícia Militar?, disse o governador. Requião se referia a ao envolvimento de PMs daquele batalhão com a quadrilha que assassinou o tenente-coronel Pedro Plocharski, subcomandante do 13. BPM. ?Essa renovação será positiva para toda a corporação?, completou o governador.
Até agora, metade dos policiais militares já foi substituída, conforme anunciado pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel David Antônio Pancotti, nesta segunda-feira (20), durante a reunião do grupo Mãos Limpas. O 13.º Batalhão atende a região Sul de Curitiba.
Pancotti também anunciou que todos os policiais militares de Curitiba e região metropolitana passarão pelo curso de Polícia Comunitária, na Academia do Guatupê, antes exclusivo aos PM´s que integravam o Projeto Povo. ?Já começamos nesta manhã (20) com os policiais que ainda estão no 13.º Batalhão. Eles receberão noções de como interagir com a comunidade?, afirmou o comandante. Segundo Pancotti, os policiais que tiverem os melhores resultados poderão ficar na capital, os outros serão enviados para o interior do Estado. ?Esta também é uma maneira de separarmos o grupo, que será vigiado permanentemente pelos seus comandantes?, disse.
O curso de Policiamento Comunitário é o mesmo oferecido para policiais que trabalham no Projeto Povo. A intenção é capacitá-los para interagirem com a população, coletar informações para montar estratégias de ação policial e reconquistar a confiança da comunidade. ?Inicialmente, só os policiais do Projeto Povo participariam do treinamento, mas, agora, está na hora desta filosofia de governo ser estendida para todos os policiais?, concluiu Pancotti.
Operação Tentáculos
Durante a reunião, o secretário da Segurança, Luiz Fernando Delazari, apresentou o balanço da Operação Tentáculos, deflagrada na quinta-feira passada (16), em Curitiba, para prender policiais militares do 13.º Batalhão e pessoas ligadas a diversos crimes. ?Com as investigações feitas por policiais civis e militares, chefiados pela Central de Inteligência da Secretaria, em conjunto com a Polícia Federal, conseguimos desmantelar esta grande quadrilha ligada ao tráfico de armas e drogas, roubo de veículos, assaltos, milícias armadas e a uma empresa de segurança clandestina?, disse o secretário.
A operação cumpriu 27 mandados de prisão, dos 29 expedidos pela Justiça. Também foram cumpridos 86 mandados de busca e apreensão e realizadas ainda seis prisões em flagrante por tráfico de drogas e armas. Mais de R$ 1 milhão em apreensões de carros, objetos roubados e dinheiro foram computados pela polícia durante o cumprimento destes mandados.
