Requião critica anúncio de novos focos de febre aftosa no Paraná

O governador Roberto Requião disse nesta terça-feira (21) que a operação contra a aftosa no Estado envolveu mais de 300 profissionais da Secretaria da Agricultura, além de outros 100 técnicos e veterinários que foram contratados devido à situação de emergência. Também foram adquiridos 100 novos automóveis que, somados a centenas de veículos da Secretaria, fortaleceram as ações contra a ameaça da doença.

Requião criticou a decisão do Ministério da Agricultura em anunciar mais seis focos de febre aftosa em propriedades localizadas no Paraná, e lembrou que há mais de quatro meses foram iniciados os exames nos animais das fazendas que teriam recebido gado do Mato Grosso do Sul.

Segundo ele, isto já tem mais de 120 dias e não foi constatada nenhuma ocorrência de vírus no Estado, e os exames foram feitos pelo Ministério da Agricultura. ?Não há vírus no Paraná! Mas o Ministério, de forma inusitada, resolve declarar zonas de aftosa no Paraná, partindo do princípio de que onde havia gado saído de Mato Grosso do Sul potencialmente poderia haver um foco de febre aftosa, embora o vírus não tivesse sido identificado?, disse o governador durante a Escola de Governo.

Durante a exposição sobre a situação da aftosa no Paraná, o governador lembrou de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na companhia do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, há mais de um ano. ?O ministro pedia recursos para Defesa Sanitária Animal e solicitava a liberação da contratação de 400 técnicos que deveriam cobrir o Brasil. Eu achei pouco, mas era o que solicitava o ministro. O presidente ligou imediatamente para a área da Fazenda e determinou que estas medidas fossem implementadas?, contou Requião.

De acordo com o governador, as medidas não foram executadas. ?Eu voltei ao Paraná e vi a grande preocupação dos nossos pecuaristas, das associações de criadores e das nossas cooperativas em relação ao risco da febre aftosa chegar ao Brasil. Então, determinei a contratação de 100 veterinários e técnicos e mandei adquirir 100 automóveis para dar velocidade a esses companheiros que iam controlar e viabilizar a vacinação?, disse.

Requião lembrou que os novos técnicos se somaram ao pessoal já existente da Secretaria da Agricultura, na Emater e no Iapar. ?O Paraná fez, então, o maior bloqueio vacinal do Brasil, em praticamente 100% dos nossos animais. Foi o único Estado brasileiro que jogou pesado na vacinação e, na ausência de ação do Governo Federal, contratou 100 técnicos que se somam a outros tantos que já existiam na estrutura e viabilizou uma monumental campanha de vacinação comandada pelo nosso secretário da Agricultura e vice-governador, Orlando Pessuti?, afirmou.

O governador contou que, posteriormente, houve em Londrina uma exposição de animais, para onde foram levados alguns exemplares do Mato Grosso do Sul e que, depois da exposição, foi reconhecido foco de febre aftosa no Estado vizinho. ?Imediatamente a Secretaria da Agricultura do Paraná tomou todas as medidas necessárias. Identificou para onde tinha ido o gado de Mato Grosso do Sul, e estabeleceu bloqueios de fronteira. Todas as medidas que fazem parte do protocolo internacional foram tomadas pelo secretário Pessuti?, disse.

Requião ainda destacou que o vírus da doença não foi encontrado nos 229 animais que vieram de Mato Grosso do Sul e nem naqueles que foram confinados nas propriedades em companhia dos provenientes do Estado vizinho. ?Agora, baseado no mesmo princípio, depois de terem decretado a existência de febre aftosa na Fazenda Cachoeira, o Governo Federal resolve declarar mas seis zonas de febre aftosa, sem constatação de vírus?, afirmou.

O governador criticou a situação, comparando o ocorrido no Paraná com o verificado no Estado de São Paulo ?Nós recebemos 229 animais de Mato Grosso do Sul, mas São Paulo tem uma fronteira muito maior e, sem a menor sombra de dúvida, eu posso dizer que, se aqui tivemos 229 animais de Mato Grosso, São Paulo, no mínimo, teria 10 vezes isso.

Requião ainda disse que, até o momento, não ouviu falar de nenhuma pesquisa feita em São Paulo e de nenhuma declaração de zona potencial de aftosa para prejudicar o conjunto da agropecuária. ?Vez por outra, eu converso com o Lula, mas a impermeabilidade às razões do Paraná, não só neste caso, mas em muitos outros, é absoluta. De qualquer forma, fica aqui a posição oficial do único governo que levou o risco da aftosa a sério?, afirmou.

Para concluir, Requião destacou que a luta contra a febre aftosa no Paraná envolveu mais de 300 pessoas da Secretaria da Agricultura, com o reforço de 100 técnicos e veterinários contratados emergencialmente Segundo ele, somado a centenas de automóveis que a Secretaria já tem, o Governo do Estado comprou mais 100 novos veículos, especialmente para a tarefa. ?Então, o Paraná está sendo penalizado apesar de ser o único Estado que se empenhou na Defesa Sanitária Animal. O Paraná não tem aftosa. Ela está na cabeça dos responsáveis pelo Ministério da Agricultura?, concluiu.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo