Requião conhece a zona franca de Waigaoqiao e o porto de Xangai

Nesta quinta-feira (24) a missão paranaense liderada pelo governador Roberto Requião visitou a Zona Franca de Waigaoqiao, em Xangai. A comitiva foi recepcionada por Zhang Ming, diretor da Zona Franca, que é a maior da China e emprega 120 mil funcionários. São mais de seis mil empresas instaladas lá, sendo 1/3 delas estatais e as demais multinacionais, de diversas nacionalidades. Em 2004, foram movimentados 57,7 milhões de toneladas de cargas e 6,5 mil containeres. Os investimentos diretos foram de US$ 7,5 bilhões e o faturamento, em 2004, foi de US$ 11,5 bilhões.

Para os produtos exportados, há isenção total de impostos. Já para produtos vendidos para o mercado interno, a taxação varia conforme o bem. Carros produzidos na Zona Franca e vendidos dentro da China sofrem taxação de 50%, por exemplo. ?Dessa forma, incentivamos as exportações e geramos divisas para o país, fortalecendo nossa moeda. Além disso, atendemos os interesses do país, e não das empresas instaladas na Zona Franca?, explicou Ming. Requião comentou que no Paraná aconteceu exatamente o contrário à época da instalação das montadoras no Estado. ?No meu Estado, o governo que me antecedeu concedeu incentivos e isenções a multinacionais que se instalaram no Paraná, mas não ofereceu as mesmas vantagens para as empresas locais?, informou Requião.

Após a visita à Zona Franca, o governador foi conhecer o Porto de Xangai, onde foi recepcionado pelo diretor Zhang Yaolun. O porto fica a 60 km do mar, no rio Yan Tse (rio Amarelo), e é o 3º maior porto do mundo em carga e descarga. São vários cais e, em apenas um deles, que foi visitado por Requião, foram movimentados no último ano 4,3 milhões de containeres, o mesmo volume movimentado por todos os portos brasileiros juntos em 2004. Requião visitou as instalações e o centro de operações do cais e convidou Yaolun para conhecer o Porto de Paranaguá. ?Assim como este porto, o Porto de Paranaguá também é público. Além disso, é o maior porto graneleiro do mundo e tem um rigoroso controle de qualidade de tudo que é exportado?, disse o governador.

Prefeitura

Ainda na quinta-feira (24), a missão paranaense foi recebida na prefeitura de Xangai por Tang Den Gjie, diretor de assuntos internacionais da cidade. Gjie afirmou ser uma grande satisfação receber o governador Roberto Requião e contou que alguns funcionários da prefeitura vieram ao Paraná. ?Xangai tem interesse em estabelecer relações comerciais com o Paraná porque o Estado oferece tudo o que a China procura, como soja, algodão e madeira beneficiada?, afirmou. Gjie disse que, assim como o Governo do Paraná, Xangai quer fugir da polarização do mercado global.

O diretor pediu ao governador que Xangai seja tratada como uma região irmã do Paraná. ?O Brasil, e sobretudo o Paraná, e a China têm muito a fazer juntos. Os dois países se completam?, comentou Gjie. Requião detalhou a economia paranaense, falou do interesse do Paraná em ter relações comerciais com Xangai e informou a postura do Estado em relação à soja. ?A soja paranaense, além de ser pura, tem qualidade muito grande. Um dos motivos da nossa viagem à China é colocar a soja paranaense no mercado chinês?, afirmou o governador.

Soja

Pan Bin Lin, presidente de uma das maiores esmagadoras de soja da região de Xangai, convidou o governador para expor detalhes da produção de soja no Paraná. Lin confirmou o interesse da empresa em importar a soja pura paranaense, preferencialmente sem a intermediação de trades. Requião informou que o Governo do Estado também é a favor das negociações diretas. ?Temos que unir esforços para quebrar o monopólio das trades e aumentar as exportações para a China?, sugeriu o governador.

Requião disse que o Governo pode ajudar a colocar os compradores chineses em contato com os produtores paranaenses por meio do escritório Paraná-China. O governador garantiu que a soja paranaense é pura e de alta qualidade, sem misturas ou impurezas. ?Além disso, temos um porto que não exporta transgênicos e mantém uma rigorosa fiscalização sanitária?, informou. ?Vamos dar todo o apoio para concretizar os negócios entre o Paraná e a China e, sem a intermediação das trades, poderemos oferecer um produto de qualidade com menor preço?, completou Requião.

Lin foi convidado para conhecer o Porto de Paranaguá e as cooperativas do Estado que trabalham com soja. Além disso, o empresário Ely Germano, que faz parte da delegação paranaense, explicou todo o processo de cultivo da soja no Paraná. Germano tem uma empresa que produz sementes de soja e também planta o grão.

Agenda

Na sexta-feira (25), a comitiva paranaense segue para Hangzhou, onde visita a Hangzhou Xiasha Economic and Science & Technology Development Zone. Também estão previstos um encontro com o governador da província de Zhejiang, Lu Zusha, e a assinatura do acordo de cooperação entre a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e o Conselho Chinês de Promoção Internacional do Comércio.

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