Requião comemora fracasso do plantio de soja transgênica no Paraná

O governador Roberto Requião destacou a vitória do Paraná contra o plantio da soja transgênica no Estado durante a reunião do secretariado desta terça-feira. Segundo ele, essa conquista se consolidou na última segunda-feira, quando acabou o prazo para o agricultor formalizar, junto ao Ministério da Agricultura, o pedido para plantar a soja transgênica, conforme prevê a legislação federal, e a adesão dos paranaenses foi mínima.

De acordo com Requião, os pedidos para o plantio da soja geneticamente modificada que chegaram até agora junto à delegacia regional do Ministério da Agricultura no Paraná não representam nem 0,5% da área plantada com soja no Estado. "Essa situação reflete a conscientização do agricultor paranaense, que preferiu continuar plantando a soja convencional, que é mais valorizada no mercado internacional. O agricultor identificou que, se plantar a soja transgênica, vai ficar pagando royalties à multinacionais como a Monsanto, até o fim de seus dias", afirmou.

Requião lembrou ainda que, apesar da baixíssima adesão dos produtores de soja do Paraná, que o Ministério da Agricultura até agora não acolheu o pedido para que o estado seja declarado área livre de plantio da soja transgênica. Mas a posição dos produtores de soja do Paraná é claramente definida pelo plantio da soja convencional, com a qual o Paraná mantém altíssimos índices de produtividade.

O governador informou que irá reiterar o pedido pois, a se confirmar o baixo número de assinaturas do Termo de Responsabilidade e Ajustamento de Conduta (TRAC), não haverá mais argumento para que o Paraná não seja reconhecido como área livre de transgênicos. Requião lembrou que o governo federal chegou a ser informado que 30% dos produtores paranaenses plantavam soja modificada, o que claramente não se confirmou.

O trabalho de conscientização dos produtores sobre as vantagens do plantio da soja convencional vem sendo feito desde o início do governo. A lei do deputado estadual Elton Welter, que proibia o plantio de soja transgênica no Paraná, mesmo sabidamente inconstitucional, foi determinante para ampliar a discussão sobre o tema. E com uma divulgação detalhada de informações sobre o tema, o produtor está identificando com mais clareza os ganhos de produtividade com o plantio da soja convencional.

Requião lembrou que a produtividade da soja paranaense é bem superior à do Rio Grande do Sul, onde o plantio de soja modificada geneticamente vem atingindo quase a totalidade do Estado nas últimas duas safras. Segundo ele, na safra 03/04, os agricultores gaúchos tiveram uma produtividade de 1.400 quilos por hectare, contra praticamente o dobro dos agricultores paranaenses, que colheram 2.800 quilos por hectare, apesar da seca que atingiu os dois estados.

Já na safra 04/05, a produtividade da soja transgênica plantada naquele Estado é de 1.800 quilos por hectare, enquanto a da soja plantada no Paraná avançou para uma média 3.000 quilos por hectare. Nas regiões de Ponta Grossa e Pato Branco, existem propriedades em que a produtividade chega a 4.000 quilos por hectare.

Segurança

Requião criticou a falta de protocolos para o plantio de soja transgênica, a exemplo do que ocorre com outras culturas, em que estão determinadas as formas de segregação, distância entre as áreas plantadas, regiões onde se concentram as lavouras e outros detalhamentos destinados a proporcionar segurança. No Brasil não há também estudos de impacto ambiental ou para a saúde de quem consome o produto. "A opção pela permissão deliberada do plantio da soja transgênica por parte do governo federal caracterizou como uma verdadeira invasão no País", justificou.

Para o governador, a tentativa de forçar o plantio de soja transgênica no Brasil pode ser atribuída ao interesse na queda de qualidade da safra brasileira, para ficar em igualdade de condições com a produção americana. "É evidente que o mercado internacional valoriza e prefere a soja convencional, o que mostra o avanço das exportações de soja do Brasil", declarou.

Segundo Requião, o Paraná vai continuar o trabalho de conscientização junto aos produtores, para mostrar que não é a força de uma lei que vai permitir a invasão da soja transgênica no Estado. 

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