Ao comparar as disparidades na distribuição de recursos entre estados e municípios, o governador Roberto Requião caracterizou as políticas adotadas pelo Partido Social Democrata Brasileiro como elitistas e entreguistas. Ele defende que a construção de uma frente nacionalista é a principal alternativa para enfrentar a batalha pela substituição à presidência da República, que hoje vem seguindo a mesma linha econômica liberal adotada pelo PSDB.
O discurso de Requião aconteceu durante a terceira reunião nacional para discutir um programa do PMDB para as próximas eleições presidenciais, realizada neste domingo (02), em Florianópolis. A série de reuniões com lideranças do partido começou em Curitiba no dia 12 e deve se estender por todos os Estados.
Requião acredita que a reconstrução do ?Brasil Nação ao invés do Brasil Mercado? depende da capacidade financeira de estados e municípios. Ele citou a redução drástica na distribuição dos recursos ao lembrar que em 1988, quando a Constituição brasileira foi promulgada, 80% da receita do país era constituída de imposto de renda e IPI e 20% de contribuições financeiras. Sendo que as únicas receitas compartilhadas são o IR e o IPI, enquanto as outras contribuições ficam centralizadas na União. Hoje as contribuições compartilhadas caíram pela metade, de 80% para 40%. ?Os recursos que ficam somente nas mãos da União cresceram de 20% para 60% e, por opção de um neoliberalismo continuado, são utilizados para o pagamento da dívida empobrecendo estados, municípios e conseqüentemente o país?, afirmou.
De acordo com Requião, tais mudanças na distribuição de recursos deram-se devido à idéia de que o único motor do desenvolvimento econômico seria a abertura absoluta do mercado ao capital estrangeiro, o único capaz de investir criando plantas industriais e crescimento.
?Esta visão entreguista de onde vem a tese de que a capacidade do brasileiro, a nossa criatividade e nossa capacidade de construir está definitivamente esgotada. Imaginaram que atrás desta abertura absurda surgiriam grandes plantas industriais e sindicatos fortes que teria num projeto de social democracia o seu braço político num partido, o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira).
