O governador Roberto Requião participou, na noite de quinta-feira, da abertura do congresso estadual do Ministério Público, em Foz do Iguaçu. Ao destacar a ação do MP no combate a corrupção, o governador ressaltou que é necessária a "análise dos contextos econômicos" em que se dão os casos de desvio de dinheiro público. "Vejo o MP como parceiro e como fiscal, entretanto, ao lado desta dura luta contra a corrupção, temos que nos aprofundar nas raízes da corrupção", afirmou.
Para o governador, a política neoliberal e a predominância dos interesses de mercado nas decisões sobre o futuro de um país formam cenário ideal para surgimento de casos de corrupção. "O fundamental é que não nos perdemos na lama, mas que compreendemos a complexidade da floresta", avaliou ao destacar casos como envolvendo a Copel e Adifea.
Após a abertura do congresso, Requião jantou com os participantes da 116º reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que também ocorre em Foz. O governador falou sobre a expectativa em relação ao encontro, que pretende discutir o ressarcimento dos prejuízos gerados pela Lei Kandir ? que penaliza os estados que mais exportam através dos seus dispositivos ? e o fim da guerra fiscal.
"A guerra fiscal só interessa à malandragem. Os governos fazem um leilão de ofertas e se instalam empresas que vão embora no dia em que cessarem os benefícios", disse. O governador salientou que espera do encontro ações para o fim da guerra fiscal entre estados e que o Paraná "milita a favor de uma solução definitiva para o problema". "Atrás de um favor específico para um empresa, quase sempre pode existir um processo de corrupção. Temos que acabar com esta farra de conceder incentivos especiais para empresas que não são especiais", destacou.
O objetivo do Confaz é elaborar políticas para harmonizar normas tributárias entre os estados, orientar as instituições financeiras estaduais e debater com o Conselho Monetário Nacional a dívida pública interna e externa das unidades da Federação.
