O governador Roberto Requião determinou o afastamento do comando do Batalhão da Polícia Militar em Londrina (5.º BPM), na manhã desta segunda-feira (16). Segundo o governador, o assassinato de um jovem, atribuído a policiais militares daquele batalhão, ?é inadmissível?. ?Se for preciso trocar todo o comando para impedir abusos cometidos por policiais eu trocarei. No meu governo, não admito a corrupção e nem o distanciamento da comunidade, principalmente quando este distanciamento se converte em abusos, em crimes cometidos por quem tem a máxima responsabilidade de proteger a população?, disse Requião.
Desde que assumiu o governo, 109 policiais militares já foram expulsos da corporação por abusos cometidos durante o exercício da função. O nome do novo comandante em Londrina, que substituirá Manuel da Cruz Neto, deverá ser definido na tarde desta segunda-feira (16). Segundo o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, Cruz Neto foi afastado porque é inadmissível que um comandante permita que sua tropa cometa crimes ou qualquer outro tipo de abuso. ?A Polícia Militar tem muito da sua filosofia baseada na hierarquia. É preciso que os comandantes sejam mais firmes, controlem seus policiais?, disse o secretário.
Delazari ainda anunciou que o Inquérito Policial Militar já foi instaurado e dois PMs foram presos em flagrante e já foram indiciados. Outros policiais que tiveram envolvimento com o crime já foram afastados. De acordo com a Polícia Militar, os envolvidos já punidos serão ouvidos e poderão denunciar outros colegas. A comunidade também pode fazer denúncias.
Acusação
Jamys Smith da Silva, 20 anos, foi morto na madrugada de domingo (15), depois de ter sido espancado por policiais do 5.º BPM. De acordo com relatos da família do rapaz, Silva dava uma festa em sua casa, quando policiais chegaram para atender à denúncia de perturbação do sossego, pelo volume alto do som. Jamys da Silva teria se recusado a abaixar o volume e, imediatamente, os policiais pediram reforço do Pelotão de Choque e já teriam iniciado as agressões que mataram o rapaz.
?Temos a informação de que outros policiais foram chegando durante o episódio e cometendo abusos também contra a população local. Classifico este episódio como grotesco. Vamos reprimir veementemente e punir um por um exemplarmente, com muito rigor?, finalizou o secretário.
