O governador Roberto Requião (PMDB) admitiu hoje, pela primeira vez, a possibilidade de ordenar o sacrifício do rebanho da Fazenda Cachoeira, que cria em confinamento 2,2 mil animais. Nesta fazenda, localizada em São Sebastião da Amoreira, norte do Estado, estão 209 novilhas adquiridas em Eldorado (MS) que, de acordo com o Ministério da Agricultura, são portadoras do vírus da aftosa.
O governo do Paraná tem recusado, até o momento, a aceitar o laudo do Laboratório Nacional Agropecuário de Porto Alegre (RS), que constatou, por meio de amostras de sangue, reação das novilhas ao vírus da aftosa, o que indica a contaminação. O laudo definitivo, no entanto, somente será divulgado em janeiro, de acordo com o Ministério da Agricultura. Requião ordenou à Procuradoria Geral do Estado que processe o ministério, a quem acusa de "irresponsabilidade" por ter confirmado a doença sem dispor dos laudos definitivos, que dependem do exame Pro-bang.
"Talvez tenhamos que adotar uma solução prática", afirmou Requião após a costumeira reunião das terças-feiras pela manhã com seu secretariado, em Curitiba. O governador sugeriu, assim, a possibilidade de ordenar o sacrifício dos animais. O vice-governador e secretário de Agricultura, Orlando Pessuti, também admitiu a possibilidade de recuo ao afirmar que o destino do rebanho da Fazenda Cachoeira será decidido na semana que vem, quando se espera que o Ministério da Agricultura conclua nova bateria de exames.
