Poucos empresários de grande porte foram prestigiar a segunda posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e para os aptos a decifrar os segredos ocultos nas entrelinhas, há aí uma carga de evidências do ressentimento desconfiado dos muitos que acreditaram na veracidade do script do espetáculo do crescimento.

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Na verdade, somente dois pesos-pesados da indústria nacional e componentes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social – Jorge Gerdau Johanpetter e Maurílio Biagi – compareceram ao ágape. Gerdau, que outro dia ocupou as manchetes dos principais jornais como pule certa para o ministério do segundo governo Lula, desta vez sequer permitiu iniciar uma conversa com o batalhão de repórteres que o assediou até desistir do intento. É um truísmo cansativo repetir que o País tem as condições para desenvolver a economia, bastando para isso remover os obstáculos mais renitentes. Na visão dos empresários, que somente serão estimulados a expandir o investimento produtivo, as medidas mais urgentes são as reformas estruturais da ordem tributária e da Previdência Social.

O problema é que os empresários que não foram à posse estão cansados de reivindicar as mesmas coisas e ouvir as mesmas promessas de que a fila vai andar. Até uma nova expressão idiomática foi cunhada pela inesgotável capacidade retórica de Brasília – destravar a economia – a fim de manter avivada a chama de entusiasmo dos chamados bandeirantes do progresso. Que já não suportam mais ouvir tanta conversa jogada fora.

Crescimento sustentado, denominação rebarbativa que define o conjunto de medidas regulatórias e estimulantes para o crescimento da economia, em nosso meio se desgasta pelo uso inconseqüente que dela se faz, sem jamais se transformar em realidade. Assim, passa o tempo e a república das palavras se desdobra em novas promessas que nunca serão cumpridas.

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Pois é. Os apressados terão de esperar mais alguns dias. O presidente Lula resolveu tirar férias…