A lista de reivindicações apresentada pelos representantes do agronegócio na audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento da Câmara abrange a redução nos juros para a agricultura, aumento do crédito de custeio e de comercialização, investimentos em infra-estrutura, pesquisa e defesa agropecuária e redução da carga tributária do setor. A lista inclui também isenção de tributação para a compra de máquinas e implementos agrícolas, importação direta de agroquímicos dentro do Mercosul, implantação das Parcerias Público-Privadas (PPPs) e aprovação da Lei de Biossegurança.
De acordo com o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Macel Caixeta, a falta de crédito e a redução da renda no campo estão restringindo a capacidade de investimento na nova safra.
?Se esse quadro não mudar haverá uma queda acentuada na produção?, afirmou Caixeta, ressaltando que o setor já trabalha com a perspectiva de quebra da próxima safra de milho, que é matéria-prima dos principais insumos básicos da agropecuária. ?Precisamos que esses recursos venham logo, antes que seja tarde. A agricultura não pode esperar, pois o setor tem hora certa para plantar e para colher?, enfatizou Macel Caixeta.
Ex-ministro da Agricultura no governo Fernando Henrique Cardoso, o deputado Francisco Turra afirmou que o setor já está operando dentro do limite do ?sinal amarelo?.
Para o presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Márcio Lopes de Freitas, o governo ainda não percebeu que o atual cenário da agricultura brasileira está completamente diferente do que há três meses.
?A realidade do campo não condiz com a realidade da balança comercial brasileira. O agricultor está apavorado, sem saber o que plantar e sem garantia de preço na hora da comercialização?, enfatizou.
Mesmo com as críticas, os participantes da audiência pública elogiaram a gestão do ministro das Agricultura, Roberto Rodrigues.
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