Os projetos de Parceria Público-Privada (PPP) devem envolver todos os setores
ligados à atividade alvo, de acordo com a lei de cada país, já que a metodologia
é diferente em cada lugar. Esta é a opinião do representante do Banco de
Investimento Europeu (BEI), Hugh Goldsmith.
Para ele, o que todos os
países têm em comum, em geral, é a incapacidade do setor público de bancar
sozinho os projetos. Goldsmith falou sobre o assunto nessa terça-feira (26) no
seminário internacional "Melhoria da Qualidade dos Investimentos Públicos e
Parcerias Público-Privadas", na Escola Nacional de Administração Pública
(Enap).
Goldsmith disse que o ideal para o sucesso dos projetos é
permitir a possibilidade de oferecer preços acessíveis ao público que vai
utilizar os serviços resultantes de um desses investimentos. Nesse sentido, ele
defendeu que os planos precisam ser realistas. Sobre a participação dos fundos
de pensão nos investimentos, lembrou que essas instituições "têm aversão a
riscos", pois trabalham com ativos que dão lucro e não querem conviver com
incertezas sobre resultados.
O diretor da Unidade de Investimento do
Ministério do Planejamento e Cooperaçao do Chile, Juan Cavada, que também
participou dos debates, previu que, no futuro, novos segmentos em todos os
países vão aderir à PPP, como instrumento eficaz de financiamento. Isso porque o
aparelho público é frágil em nível mundial e "a sociedade pode mudar
sensivelmente com os projetos".
Entre as áreas que poderão ser
beneficiadas com os projetos de PPP, ele citou a tecnológica. Cavada vê como
promissora a participação de pequenas e médias empresas nesse processo. "Todo
projeto tem que ser avaliado, para que a sociedade entenda tudo o que está se
passando, sem necessidade de se fazer investigações depois", defendeu.