São Paulo (AE) – Do ponto de vista arquitetônico, a casa na Praia da Baleia, no litoral norte do Estado de São Paulo, é réplica de outra, erguida em Forte dei Marmi, perto de Pisa (Itália). O aspecto pode ser de vila, mas a alma é baiana. Seu proprietário, o corretor de valores Antonio Cláudio Schafer – Claudião, como o chamam no balneário -, é um paulistano fanático por tudo o que diz respeito à Bahia. Fica evidente essa preferência quando surge para assumir as panelas vestido de branco, da bandana à bermuda, e descalço.

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Festeiro assumido, seu maior prazer é compartilhar o que tem com muitos, muitos amigos. "Casa vazia significa, no mínimo, 17 pessoas", diz ele, que recebe, em média, 30 convidados em um fim de semana. E, para agradar a quem chega, não faz economia. No réveillon de 2002, inaugurou a área para hóspedes com uma festa para mil convidados. A nova ala, erguida em sete meses na parte de trás do terreno de 1.350 metros quadrados por um pelotão de 40 homens, conta com quatro suítes voltadas para a varanda coberta. Cada uma de uma cor, do tom da parede a detalhes como toalhas, revestimentos e enfeites. Juntas, as duas casas totalizam oito suítes. "Se um dia resolver me desfazer do imóvel, posso transformá-lo em spa sem ter de reformar", brinca Claudião, ciente de que a mulher, Doina, é contra a idéia.

Da ala nova faz parte o complexo gastronômico de 75 metros quadrados, divididos em dois ambientes que se comunicam por porta de vidro. Nos fundos, o home theater, decorado com móveis de fibra natural, almofadas e quadros coloridos, e a cozinha em ilha estão dispostos sob o forro de madeira com pintura em esmalte branco. Para saciar a fome do que parece um batalhão, o equipamento industrial, da marca Metalfrio, agiliza o trabalho. As duas geladeiras frost free e freezer (da Frigo) têm portas de vidro duplo antiembaçantes, que permitem visão dos alimentos no interior, enquanto o forno é capaz de assar um pernil em apenas 40 minutos.

Exceto as louças, caso dos pratos Tiffany e das faianças italiana e portuguesa, acomodadas em armários, e os acessórios, nas gavetas, tudo está à mão do cozinheiro. Colheres de pau e facas, caso do cutelo em inox Global, aparecem em vasos amarelos sobre a bancada da pia em inox, encimada por recipientes com temperos frescos como cheiro verde e manjericão. Microondas e forno elétrico encontram-se em nicho ao lado das panelas, a maioria em alumínio com cabos de aço que surgem num carrinho sob o fogão de seis bocas.

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Os primeiros acordes do Asa de Águia abrem os trabalhos na cozinha. Abastecido com uma caipirinha, Claudião comanda o ritual como se fosse do alto de um trio elétrico, com direito a coreografia: "Sem axé e bebida não sai nada…", confessa. A folia do fazer comida culmina com Ivete Sangalo no telão instalado no salão avarandado com teto de telhas aparentes pintadas de branco, onde estão o forno de pizza em concreto refratário (da Largrill) e a churrasqueira em inox. Paredes externas em terracota (e brancas no interior) e o piso de cimento queimado com pó de mármore claro estão presentes em todos ambientes. O mobiliário se compõe de mesas retangulares em madeira teca e outra, redonda, em ferro branco e vidro, com cadeiras de ferro escuro e estofamento branco.