Depois de alguns meses com os depósitos superando os saques, em outubro, as cadernetas de poupança voltaram a perder recursos. O saldo entre o que saiu e entrou nessas contas ficou negativo em R$ 149 milhões. A captação líquida só não ficou negativa graças a contabilização dos rendimentos de R$ 915,343 milhões como depósitos em poupança.
Com isso, o ganho dessa aplicação no mês foi de R$ 766 milhões. O valor divulgado hoje (06) pelo Banco Central (BC) ficou abaixo dos R$ 1,878 bilhão de setembro, mas superou os R$ 309,410 milhões de outubro do ano passado.
O retorno da poupança a um saldo líquido pequeno, resultado da diferença entre depósitos e saques mais rendimentos creditados às contas, devolve à caderneta a trajetória dos últimos anos. A poupança sofre altos e baixos durante todo o ano com pequeno volume de depósitos e saques, passando a ter investimentos mais expressivos em dezembro, época de recebimento do 13º salário. Esse ano o comportamento da poupança foi diferente, marcado com ganhos expressivos a partir do mês de junho, graças aos prejuízos dos aplicadores nos Fundos de Investimento Financeiros (FIFs).
No dia 31 de maio, com o preço dos títulos públicos já sofrendo enorme oscilação por conta da desconfiança do mercado na capacidade de o governo honrar seus compromissos, o BC determinou que a apuração do valor das cotas de cada investidor nos FIFs fosse feita com base no preço dos papéis.
A regra anterior permitia que essa apuração fosse realizada com base no rendimento esperado para o título público. A nova forma de contabilização das cotas provocou, de imediato, uma enorme perda para os investidores que passaram a sacar recursos dos fundos e a opção mais segura, mesmo que pouco rentável, foi a caderneta de poupança.