Para manter a presidência do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) terá de deflagrar um processo de adesões para recuperar a maioria de seu partido, tomada pelo PFL nas urnas. O PMDB chega ao final do segundo turno com uma bancada de 17 senadores. Isso porque os senadores José Maranhão (PB) e de Garibaldi Alves (RN), que perderam a disputa para os governos de seus Estados permanecerão na Casa. O partido se beneficiou também com a vitória do senador Leonel Pavan (PSDB) para vice-governador de Santa Catarina.
Mesmo assim, o PFL está na frente, o que tradicionalmente lhe confere o direito de reivindicar a presidência da Casa. No entanto, o quadro poderá ser alterado se o senador Gerson Camata (PMDB-ES) reassumir o seu mandato, tirando do Senado o suplente Marcos Guerra (PSDB-ES).
Para garantir maioria, Renan Calheiros e o senador José Sarney (PMDB-AP) já articulam a adesão de toda a bancada do Maranhão para o PMDB: Roseana Sarney (PFL), Edson Lobão (PFL) e o senador eleito Epitácio Cafeteira (PTB). Outra tentativa será recuperar o senador Leomar Quintanilha (PCdoB-TO) para o PMDB.
O PSDB ficou com a terceira bancada com 14 senadores, mas poderá perder o suplente com a eventual volta de Camata, e o PT diminuiu. A bancada petista saiu das eleições com 11 senadores, mas perdeu ontem uma vaga para o Psol com a vitória da senadora Ana Júlia Carepa (PT) ao governo do Pará. O suplente da senadora José Nery de Azevedo, será o único representante do PSOL que ficará sem a senadora Heloísa Helena (AL), cujo mandato termina em janeiro.
O Senado, com 81 senadores, terá representantes de 14 partidos diferentes. Além do PSOL, o PPS, o PP, o PRB, o PRTB terão apenas um senador. O PDT terá 5, o PTB, 4, o PSB, 3, o PL, 3, e o PCdoB, 2.
No Senado, as trocas partidárias precisam ser feitas até a data da diplomação para que elas tenham efeito na disputa para presidência da Casa e ocupação dos cargos de direção. Os tribunais regionais eleitorais têm até o dia 19 de dezembro para realizar a diplomação.