O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (24) em plenário
que não houve acordo entre os líderes para adiar a instalação da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos. Segundo Renan, a reunião realizada
ontem serviu para a cobrar a indicação dos parlamentares que vão integrar a CPI.
Para Renan, não haveria coerência nessa decisão, uma vez que o Supremo
Tribunal Federal (STF) acolheu esta semana seis mandados de segurança do PMDB,
PDT e PFL contra a Mesa Diretora do Senado e determinou a indicação dos
integrantes da comissão. O requerimento para criação da CPI foi assinado ano
passado por 35 senadores, oito a mais que os 27 necessários, mas o então
presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), não quis designar representantes
dos partidos para a comissão, uma vez que algumas lideranças não o fizeram.
Renan afirma que um acordo que adiasse a instalação da CPI deixaria a
Casa exposta. "O presidente estabelece um prazo, indica os nomes para compor a
comissão e os partidos fazem um acordo para não instalar a comissão depois dessa
casa ficar exposta a uma decisão do Supremo Tribunal Federal".
O líder da
minoria, senador José Jorge (PFL-PE), também afirmou que durante reunião
realizada ontem não foi fechado acordo para adiar a instalação da CPI dos
Bingos, proposta no ano passado, após a divulgação de um vídeo de 2002 no qual o
ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz aparece negociando propina com o
empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Ontem, o
líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), afirmou que a CPI poderia ser instalada em
agosto, uma vez que o Congresso deve entrar em recesso parlamentar no dia 30 de
junho. Para o líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), por causa do número
de CPIs em funcionamento, a instalação dessa comissão deveria ser avaliada.