Brasília – O presidente do Senado, Renan Calheiros, informou nesta quinta-feira (31) ao plenário sua decisão de despachar para o Conselho de Ética a representação do P-SOL, que pede a análise de uma possível quebra de decoro parlamentar contra o próprio Renan.
Segundo a secretaria-geral da Mesa, a decisão de Calheiros é "ad referendum", ou seja, os demais integrantes da Mesa terão que votar a decisão antes do encaminhamento da representação ao conselho.
A decisão do presidente do Senado foi tomada individualmente. Renan Calheiros disse à líder do PT no Senado, Ideli Salvatti,que sua decisão teve um caráter
político, para demonstrar sua posição isenta e evitar especulações.
Com a decisão de Renan Calheiros, que pegou todos de surpresa, na próxima quarta-feira (6) o Conselho de Ética poderá começar as investigações sobre as suspeitas apresentadas pelo P-SOL de que Calheiros teria recebido de um funcionário da Construtora Mendes Júnior dinheiro para pagar pensão alimentícia de uma filha fora do casamento com a jornalista Mônica Veloso.
Meia hora antes da comunicação de Renan Calheiros, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) contestou decisão do presidente do Conselho de Ética, senador Sibá Machado (PT-AC), de encaminhar a representação à Mesa Diretora para que esta decidisse pela admissibilidade, ou não, da representação do P-SOL.
Simon disse que a decisão de Sibá deveria primeiro ser comunicada ao Conselho de Ética, até mesmo para que o conselho se pronunciasse. Pedro Simon lembrou que Machado convocara reunião para quarta-feira (6) e que sua decisão esvaziava o conselho.
Simon voltou a defender o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado, por impedimento para participar da decisão da Mesa Diretora.