Brasília – O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que a Casa tem sido vítima de uma tragédia pessoal e que fez o que deveria ter feito quando assumiu paternidade de uma filha fora do casamento com a jornalista Mônica Veloso. ?Você acha que eu envolvi o Senado? O Senado é que tem sido vítima dessa tragédia pessoal toda, do presidente do Senado ter que abrir a sua vida pessoal, falar da sua intimidade e dizer que assumiu paternidade em ação de alimentos, tomou a iniciativa, assistiu a gestante e a sua filha?, afirmou.
Segundo ele, todas as informações solicitadas já foram fornecidas e voltou a dizer que não queria ter misturado o público com o privado, mas afirmou que esse poderia ser um bom momento para ver quais setores têm "relações promíscuas" com o poder público. ?Eu acho que esse talvez seja um bom momento para a gente ver no Brasil quem tem relações promíscuas, quais os setores têm relações promíscuas com o poder público. Eu sou presidente do Senado Federal. Se eu quisesse misturar o publico com o privado, eu teria. Eu tive que me submeter a uma provação, expor a minha vida familiar, pedir penitência à nação e ao Senado e comprovar tudo o que disseram equivocadamente?, declarou.
Em discurso no plenário da casa, Renan disse que reconheceu a paternidade de uma filha com Mônica Veloso em 21 de dezembro de 2005. Desde então, ele disse que começou a pagar pensão de R$ 3 mil. Em dezembro de 2005 e janeiro de 2006, segundo ainda o senador, o pagamento se deu por cheques nominais do Banco do Brasil. E explicou que a partir de fevereiro de 2006 o pagamento dos R$ 3 mil mensais passou a ser deduzido de seus subsídios de senador, descontado em folha.
O presidente do Senado explicou ainda que anteriormente a estas datas, prestou assistência em valor maior – em torno de R$ 8 mil mensais – até o reconhecimento da paternidade. E disse que pagou com recursos próprios o aluguel de uma casa entre 15 de março de 2004 e 14 de março de 2005. Posteriormente, teria arcado com o aluguel de um apartamento entre março e novembro de 2005 para a gestante. Renan Calheiros revelou ainda que fez um fundo de R$ 100 mil para garantir as despesas futuras com educação e desenvolvimento cultural da criança.
