O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu na segunda-feira (28) a adoção do voto aberto no plenário da casa no julgamento dos processos de cassação de senadores. De acordo com Renan, o voto secreto deve permanecer apenas nos casos de nomeação de autoridades e apreciação de veto presidencial.

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"Acho que o voto aberto é recomendável em alguns casos, como em processo de cassação", afirmou o presidente do Senado. "Há quem defenda o voto aberto por questões óbvias, porque possibilita um melhor acompanhamento do parlamentar pela sociedade. E há os que defendam o voto secreto exatamente pelo oposto, porque garantirá mais independência das pessoas em relação ao governo e ao poder econômico.

Uma emenda à Constituição que institui o voto aberto está na Câmara e deverá ser aprovada na semana que vem, durante o esforço concentrado do Congresso. "É preciso um acordo de líderes para que a emenda seja aprovada. Não sabemos se a matéria passa ou não no Senado. Mas no que depender de mim facilitarei a tramitação", disse Renan, para quem o fim do voto secreto é uma "discussão polêmica" e divide os parlamentares.

Integrantes da CPI dos Sanguessugas pressionaram o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-AL), para pôr em votação rapidamente a emenda que põe fim ao voto secreto na análise dos processos de cassação de parlamentares. Eles temem que a maioria dos 67 deputados acusados de integrar a máfia da ambulâncias acabe absolvida no plenário da Câmara caso a votação seja secreta. Foi o que ocorreu com os deputados apontados de participar do "mensalão" – receber dinheiro em troca do voto favorável a projetos do governo. Dos 19 acusados pela CPI dos Correios, apenas três acabaram cassados: José Dirceu (PT-SP), Roberto Jefferson (PTB-RJ) e Pedro Correa (PP-PE).

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