Remover obstáculos

O crescimento médio do PIB nos quatro primeiros anos de Lula foi de 2,7%, jogando para frente não só a incerta perspectiva da melhoria concreta do desempenho dos setores produtivos, mas a responsabilidade de remover os obstáculos que travam o desenvolvimento.

É esperado para o início da próxima semana, talvez no dia 22, o lançamento oficial do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que o presidente Lula acabou postergando por exigir uma série de ajustes pontuais, a fim de traduzir de forma irretorquível as reais intenções do governo para o quadriênio. Aliás, é com o PAC que o governo pretende sinalizar por onde deverá caminhar a desejada integração entre o público e o privado, para a retomada do investimento produtivo.

Por meio da redução de impostos, o governo tenciona estimular setores importantes como construção civil e informática e, mediante o corte gradual dos juros, a meta é fazer com que a iniciativa privada alargue o horizonte dos investimentos destinados à expansão de atividades capazes de gerar novos empregos.

Os gargalos sobejamente conhecidos em rodovias, portos e aeroportos e a percepção cada vez mais próxima da realidade, da falta de energia elétrica antes do final do novo mandato, são alguns dos sérios óbices que exigirão do governo uma celeridade até aqui inexistente.

Não fossem as chuvas abundantes do começo do verão, a maioria dos reservatórios das hidrelétricas, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, estaria com suas reservas exauridas, e o cenário bastante parecido com o que resultou no esquema de racionamento de 2001. A preocupação dos técnicos é que, em havendo escassez de chuvas nos próximos anos, não haveria como evitar o colapso do abastecimento antes do final da década.

Na verdade, os técnicos advertem para as dificuldades na oferta de eletricidade, mesmo com os modestos índices estimados para o crescimento da economia nos próximos anos. O paradoxo é que se a economia crescer 4,6%, em 2010, o déficit de energia será de 2 mil megawatts. Não haverá luz no fim do túnel.

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