Brasília – As empresas instaladas no Brasil remeteram no ano passado para o exterior o valor recorde de US$ 12,68 bilhões em lucros e dividendos. Foi um aumento de 72,88% em comparação com as remessas de US$ 7,33 bilhões realizadas em 2004. Em dezembro passado, o envio de recursos atingiu US$ 2,24 bilhões, o maior volume já registrado pelo Banco Central em um único mês.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, atribuiu o crescimento das remessas à elevação dos estoques dos investimentos estrangeiros diretos do País, que fez com que as empresas remetessem para o exterior o lucro obtido no Brasil. Além disso, as empresas aproveitam o câmbio favorável e boa rentabilidade de vários setores para ampliarem as remessas.
Para este ano, Altamir previu a manutenção da trajetória de remessas elevadas. Em janeiro até hoje (19), as remessas já somavam US$ 834 milhões, o que fez o BC reduzir para US$ 300 milhões a previsão de superávit em transações correntes no mês.
O setor de serviços liderou, em dezembro, as remessas de lucros e dividendos para o exterior. As empresas do setor remeteram US$ 1,031 bilhão em dezembro, boa parte – US$ 496 milhões – enviada pelas instituições financeiras. Com o processo de reestruturação do sistema financeiro muitos bancos estrangeiros investiram no Brasil. A indústria remeteu, em dezembro, US$ 963 milhões e o setor de extrativismo mineral, US$ 95 milhões. No grupo do setor industrial, as maiores remessas foram feitas pelas empresas de alimentos: US$ 315 milhões.
Segundo Lopes, não há como separar as informações de remessas por países. Por isso, segundo ele, é difícil saber se houve impacto da nova legislação americana, facilitando o repatriamento de recursos, no aumento das remessas do Brasil para o exterior.
