Relatório não apontará que dinheiro do dossiê veio do PT

O relatório do delegado da Polícia Federal Diógenes Curado não vai trazer a informação de que o R$ 1,7 milhão que seria usado para a compra do dossiê contra candidatos tucanos saiu do PT. O delegado deverá, no entanto, afirmar que o dinheiro era de responsabilidade de militantes do partido. A informação é do vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que conversou nesta quinta-feira (19) com o delegado. Segundo Jungmann, o delegado também confirmou que parte do dinheiro teria origem no jogo do bicho.

O relatório deverá ser entregue amanhã ao juiz Jefferson Scheneider, que cuida do inquérito sobre o dossiê em Mato Grosso. Segundo Jungmann, o delegado disse que "possivelmente um mal entendido levou a se dizer que o dinheiro era de origem do PT". "Que o dinheiro foi manipulado, transportado e é de responsabilidade de militantes do PT, não resta nenhuma dívida", disse. Conforme o vice-presidente da CPI, o delegado informou que não há como confirmar que o dinheiro é de responsabilidade do partido.

Em um ofício anexado ao inquérito que pediu a quebra dos sigilos telefônicos de Gedimar Passos e Valdebran Padilha, presos em São Paulo com o dinheiro destinado à compra do dossiê, o delegado chegou a afirmar que "há provas nos autos que o dinheiro teria vindo do Partido dos Trabalhadores, porém os verdadeiros financiadores do ‘Dossiê Sanguessuga’ não se apresentaram até o momento". No mesmo ofício, Curado diz: "Observa-se que os fatos estão cobertos sob um manto de dúvidas e mentiras, sendo necessários esforços no sentido de se descobrir a verdadeira origem do dinheiro apreendido, posto que, se fosse lícita, o proprietário já teria se apresentado.

Foi confirmado também, segundo Jungmann, que parte do dinheiro teria origem no jogo do bicho. "Mas o delegado disse que não tinha como dizer de qual banca de bicho era o dinheiro", afirmou o vice-presidente da CPI. Além do jogo do bicho, o dinheiro para a compra do dossiê teria vindo de corretoras. De acordo com o relato de Jungmann, também foram feitos saques de baixo valor, em várias agências bancárias, para evitar chamar a atenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Isso dificulta o rastreamento do dinheiro.

Apesar das dificuldades, Jungmann está confiante que as investigações da Polícia Federal sobre a origem do dinheiro serão concluídas antes do segundo turno das eleições, no dia 29 de outubro.

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