Relatório final da campanha de vacinação contra a febre aftosa que ocorreu entre 1º e 20 de maio, apresentado pelo Conesa (Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária) nesta quarta-feira (26), aponta que foram imunizadas 9.968.523 cabeças de gado, ou seja, 98,76% dos 10.093.894 de bois, vacas e búfalos que compõem o rebanho paranaense.

continua após a publicidade

O resultado foi apresentado na 20ª Reunião Ordinária do Conesa na sede da Secretaria da Agricultura e reuniu 41 membros do Conselho, com participação das 35 entidades representativas da agropecuária paranaense. O vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, que também é o presidente do Conesa, coordenou a reunião.

Segundo Pessuti, a luta contra a aftosa faz parte do trabalho contínuo desenvolvido pelas entidades que formam o Conesa. ?Nossa luta é constante e árdua para que nosso rebanho permaneça livre dessa doença. Com nossos esforços, toda a sociedade ganha?, disse.

Segundo o secretário-executivo do Conesa, Silmar Pires Bürer, os números indicam que, novamente, os esforços na luta contra a aftosa foram produtivos. ?A meta foi atingida. As propriedades que não comprovaram a vacinação já estão sendo visitadas pelas unidades veterinárias da Divisão de Defesa Sanitária Aninal (DDSA), do Departamento de Defesa, Fiscalização e Sanidade Agropecuária (Defis)?, afirmou.

continua após a publicidade

Bürer informou que as visitas ocorrem, de acordo com a orientação do Defis, até mesmo nos municípios com expressivo índice de vacinação, onde há propriedades que não apresentaram a comprovação.

Desde 2000, quando o Estado foi reconhecido internacionalmente como área livre de aftosa com vacinação, as exportações de carne aumentaram. ?De 1999 a 2004, a receita de exportação da carne bovina, por exemplo, aumentou em mais de 230%. No caso da carne suína, o crescimento foi de mais de 700%. E, no setor de aves, as exportações cresceram, 177%?, lembrou.

continua após a publicidade

Na reunião, foi feita a apresentação da Subcâmara Técnica de Bovideocultura de Leite do Conesa, enfocando a implementação da Instrução Normativa nº 51 do Ministério da Agricultura. Foi constituído um grupo de trabalho composto pelas entidades integrantes do Conselho. O objetivo é discutir possíveis gargalos para implementação da Instrução Normativa no Paraná.

?O Conesa vem debatendo a questão da qualidade do leite desde 1998. Em 2000, realizamos 19 reuniões e fizemos um estudo aprofundado do setor. A partir daí, nasceu o Programa Paranaense de Qualidade do Leite (PPQL)?, disse Bürer.

Segundo o secretário-executivo do Conselho, neste segundo semestre serão realizados fóruns regionais sobre a qualidade do leite. ?Vamos envolver todo o setor produtivo organizado, bem como as entidades oficiais. Nosso objetivo é implantar efetivamente a Instrução Normativa em todo o Estado?, disse.

Os participantes da reunião também discutiram a proposta de criar um fundo específico para indenizar proprietários de animais com brucelose, que devem ser eliminados de acordo com o Programa Nacional e Estadual de Controle/Erradicação da Brucelose e Tuberculose.

O Conselho decidiu encaminhar a proposta para o âmbito das subcâmaras técnicas de bovideocultura de corte e de leite, onde será discutida, e dentro de 90 dias apresentar um estudo. ?Vamos ouvir todo o setor produtivo organizado e apresentar uma proposta?, disse.

Na apresentação do Comitê Estadual de Sanidade Avícola (Coesa) foi destacada a proposta de regionalização da sanidade avícola no País. Segundo dirigentes do Conesa, a proposta deve ser objeto de estudo que será realizado conjuntamente com técnicos do setor, conforme as diretrizes do Programa Nacional de Sanidade Avícola, do Ministério da Agricultura.

Os participantes da reunião também conheceram a experiência da França na implantação dos seus Grupos de Defesa Sanitária (GDS). Segundo Bürer, entre 1999 e 2000, o Paraná criou no Brasil, de forma pioneira, os Conselhos Municipais e Intermunicipais de Sanidade Agropecuária.

A novidade foi baseada em modelos existentes até então em países europeus, como França, Itália e Espanha. ?O conhecimento e a discussão das ações daqueles grupos europeus têm fundamental importância, para nós, em face da eminente regulamentação da Lei 9.712/98, que vai trazer novo marco regulatório para as ações de vigilância sanitária e defesa agropecuária no Brasil?, afirmou.

Bürer disse que o Paraná já tem experiência importante no setor. ?Devemos incentivar a comunidade para que dê a sua opinião sobre as gestões de políticas de defesa agropecuária, através dos 161 conselhos hoje existentes no estado?, concluiu.