Além dos 69 deputados e 3 senadores, o relatório final da CPI dos Sanguessugas, que será apresentado em dezembro, vai trazer o nome de 28 ex-parlamentares acusados de envolvimento com o esquema de compra superfaturada de ambulâncias a partir de emendas parlamentares.
Os 27 ex-deputados e o ex-senador Carlos Bezerra (PMDB-MT) foram citados por Luiz Antonio Trevisan Vedoin – dono da Planam, a principal empresa do esquema de fraude – em depoimento à Justiça Federal de Mato Grosso. Os nomes dos ex-parlamentares foram divulgados ontem pelo presidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ).
Há uma semana, a comissão aprovou relatório parcial do senador Amir Lando (PMDB-RO) que recomenda a cassação do mandato de 72 parlamentares envolvidos com a máfia dos sanguessugas. Com a divulgação ontem dos nomes dos ex-parlamentares, a cúpula da CPI tenta evitar que os ex-congressistas envolvidos com o esquema e que são candidatos nas eleições voltem para o Senado ou para a Câmara. As investigações sobre a participação dos ex-parlamentares serão aprofundadas na segunda fase da CPI, que irá centrar suas apurações nas relações do Executivo com a máfia dos sanguessugas. Além do Ministério da Saúde, a comissão também vai investigar as ramificações do esquema nos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia.
Alguns dos ex-parlamentares que vão candidatar-se nas próximas eleições renunciaram ao mandato depois do episódio do mensalão. É o caso de Carlos Rodrigues, o Bispo Rodrigues (sem partido-RJ).Um dos 27 ex-deputados envolvidos com a máfia é José Carlos Martinez, que era presidente do PTB e morreu em um acidente aéreo em outubro de 2003.
Entre os ex-parlamentares que estarão no relatório final da CPI estão Emerson Kapaz (sem partido-SP), Ronivon Santiago (PP-AC), Santos Filho (PFL-PR), Zé Índio (PMDB-SP) e Wagner Salustiano (PSDB-SP).
